Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O advogado Carlos Ely Eluf, um dos responsáveis pela defesade Salvatore Cacciola no Brasil, afirmou hoje (8) que o ex-banqueiro, preso emMônaco desde setembro do ano passado, será tratado como um terrorista caso sejaextraditado. “Com relação ao senhor Cacciola, o tratamento que estamosantevendo é o mesmo destinado ao pior terrorista do mundo, como se ele fosse um Bin Laden [Osama Bin Laden]”, disse, em entrevista coletiva,concedida em São Paulo.Na oportunidade, Eluf anunciou que o advogado europeu doex-proprietário do Banco Marka, Frankier Michel, recorreu à Organização dasNações Unidas (ONU) para tentar suspender a envio de Cacciola para o Brasil,alegando que existem evidências de que a Polícia Federal (PF) fere os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Eles [a PF] prendem,algemam, submetem à execração pública e humilham as pessoas”, afirmou Eluf.Segundo ele, a decisão da ONU não tem validade judicial. Noentanto, caso a organização acolha o pedido do advogado de Cacciola, Elufespera que a extradição seja interrompida.O advogado disse que o ex-banqueiro, de 63 anos, é umapessoa idosa, sofre de artrite reumatóide, nunca ofereceu nenhum perigo àsociedade e ainda recorre da decisão judicial em que sua prisão foi decretada.Por isso, não deveria ser mantido preso e muito menos enviado ao Brasil contraa sua vontade.Para Eluf, o governo brasileiro tem tratado o caso Cacciolacom fins políticos e eleitorais. “Existe uma vontade muito grande de trazerCacciola para o Brasil, como se ele fosse o representante de todos os desmandosfinanceiros que o país já sofreu”, disse o advogado.Este argumento, afirmou ele, está sendo utilizado também no pedido de habeas corpus, protocolado hoje no SupremoTribunal Federal (STF). Os advogados do ex-banqueiro pedem a suspensão daextradição alegando, além de falta de isenção do Estado, falhas processuais e falta de isonomia, já que réus acusados dos mesmos crimes que Cacciola estão em liberdade.