Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Paraty (Rio de Janeiro) - A dois dias do fim da sexta edição da Festa Literária Internacional deParaty (Flip), que termina no domingo (6), Lia Capovilla,coordenadora da OFF Flip - evento paralelo, organizado pelacomunidade - reclama da falta de patrocínio, inclusivegovernamental. Ela teme o fim do roteiro alternativo, que, aocontrário do oficial, não cobra nada dos participantes.Capovilla revela que aedição de 2008 da OFF Flip quase não foirealizada por falta de dinheiro. “Achamos que nãoconseguiriamos nos manter, mas com muita resistência – que éa tônica da OFF - conseguimos concretizar esta edição.Pensávamos que poderíamos perder um espaço paradivulgar a cultura da cidade”, disse.Ela critica aprefeitura, que demorou para disponibilizar recursos (sem citá-los),e a iniciativa privada, que não acredita na importânciado evento. “Apesar das facilidades da lei de incentivo, as empresasdão preferência aos projetos com uma vitrine muito maiorde marketing, de visibilidade na mídia, como a Flip. A OFF éo patinho feio”.Somado a isso,Capovilla também comenta a falta de apoio da organizaçãoda própria Flip, embora reconheça que o evento oficial,responsável por reunir cerca de 20 mil pessoas em Paraty, também encontre dificuldades para financiar suasatividades. “O momento não é tão bom assimpara captar recursos. Eles disseram que já era difícilpara Flip, imagina para a Flip e a OFF”.Na busca por espaçona cidade, no entanto, a parceria entre o roteiro alternativo eoficial tem melhorado. “A Flip entendeu que precisa abrir espaço,principalmente, na Casa de Cultura - os patrocinadores abraçaramtoda agrade de horário e negociar um espaço ládentro foi difícil. A Flip ajudou”, revelou. “Eles ajudamtambém na divulgação e tem olhado mais paraartistas da comunidade”. Apesar da críticas,Capovilla também destaca novidades boas na quinta ediçãoda OFF Flip. Três livros de autores locais foram lançadospelo recém-criado selo da OFF, que também realizou umacoletânia do prêmio OFF Flip de Literatura. Alémde diversas atividades como debates e mostras culturais pela cidade.Para o próximo ano, Capovilla espera virar a página.