Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O velejador Roberto Scheidt recebeuhoje (4) das mãos do presidente Luiz Inácio Lula daSilva a bandeira do Brasil, com a qual participará do desfilede abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, na China, àfrente da delegação brasileira. Ao lado de cerca de 100 atletas quevão disputar as olimpíadas, Scheidt, que foi medalha de ouro nos jogos de Atenas, em 2004, e de Atlanta, em 1996, veio ao Paláciodo Planalto se despedir do presidente. Vestidos com o uniforme dadelegação brasileira, os atletas ouviram do presidenteque não sairiam de Brasília com cobranças, mascom estímulo para vencer. Lula disse aos desportistas que elemesmo perdeu três eleições antes de chegar àPresidência da República. “Quero que vocês ganhem todasas medalhas que vocês forem disputar, mas quero que vocêscompreendam que, na minha cabeça, alguém que nãoganha medalha não é menos importante do que aquele queganhou.” Até agora, de acordo com dadosdo Comitê Olímpico Brasileiro, o Brasil tem 272 atletascom vaga garantida nas Olimpíadas em 31 modalidades. Os jogoscomeçam no dia 8 de agosto, e os atletas embarcarãopara a China de acordo com o calendário de jogos dasmodalidades.O ministro do Esporte, Orlando Silva,não quis arriscar dar um palpite sobre o número demedalhas que os atletas podem conquistar, mas disse que serásuperior ao que trouxeram dos últimos jogos, em Atenas, em2004. Foram 10 medalhas, sendo cinco de ouro, e pela primeira vezficou entre os 20 primeiros colocados.“O Brasil, em funçãoda melhor preparação da sua delegação,que é a maior da história, pode ter o melhor desempenhoaté agora. Nunca tivemos tão bons profissionais e oesporte teve tanto apoio”, afirmou Silva.Lula disse que, quando for a Pequimpara participar da abertura dos jogos, visitará a casa dosatletas brasileiros. No encontro de hoje, ele brincou com os atletasrecomendando que não comam “comidas pesadas” oferecidaspelos chineses. Ainda em tom bem-humorado, Lula disseque conversará com o presidente da China para saber comoconseguiu vencer a disputa para que o país sediasse asOlimpíadas. “Porque queremos conquistar a de 2016”,completou, lembrando que o Brasil concorre à candidatura paraser o país sede dos jogos naquele ano. O controle psicológico nosmomentos decisivos foi destacado pelo presidente como a “chave”para a vitória. Lula ressaltou que, muitas vezes, parece caropatrocinar atletas, mas a verdade é que “é maisbarato do que patrocinar alguns bandidos na cadeia”. Em discurso no encontro com opresidente, o velejador Roberto Scheidt destacou aimportância da Lei Agnelo/Piva, aprovada pelo CongressoNacional e em vigor desde 2002, para o financiamento da atividadeesportiva e, em particular, olímpica. Foi durante a cerimôniaque houve o anúncio pelo Comitê OlímpicoBrasileiro de que ele seria o porta-bandeira nas Olimpíadas.