Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A procuradora da República Patrícia Nuñez, doMinistério Público Federal (MPF), autora da denúncia contra osmilitares envolvidos na morte de três jovens do Morro da Providência,afirmou hoje (4) que já é possível constatar que houve diferentesníveis de participação dos acusados nos crimes.“Ocorreu um fato muito grave. A gente sabe que, emjuízo, as pessoas podem mentir, podem fazer choro falso, se lastimar.Pena que não se lastimaram na hora em que as vítimas morreram. Mas oque nós queremos estabelecer é o seguinte: tem o ordenante, tem aqueleque negociou com os traficantes, aqueles que serviram de escolta paraos rapazes serem entregues aos traficantes e tem aqueles que ficaram naguarda. Então nós temos uma hierarquia diferenciada entre osdenunciados. E é esse tipo de Justiça e esse tipo de punição, conformeos atos de cada um, que nós buscamos. Nós não queremos a impunidade,porque essas vítimas foram torturadas, foram espancadas e mortas, masnós queremos buscar uma punição adequada ao que cada um fez”, disse a procuradora Patrícia NuñezOs militares continuam a ser ouvidos pelo juizMarcelo Granado, da 7a Vara Federal Criminal, no centro do Rio. Os interrogatórios começaram ontem eprosseguem desde as 14h30 de hoje, até que todos os 11 militaressejam ouvidos.