Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Justiça Federal reiniciou hoje (4) osinterrogatórios dos militares envolvidos na morte dos três jovens doMorro da Providência, entregues a traficantes do Morro da Mineira. Asessão é conduzida pelo juiz MarceloFerreira Granado, da 7ª Vara Federal Criminal. A sessão começou as 14h30, com o depoimento dosargento Renato de Oliveira. Ele afirmou que o objetivo inicial dosmilitares era somente aplicar um “trote” nos rapazes, que haviam sidodetidos por desacato, levando-os até as proximidades do Sambódromopara que tivessem de retornar a pé até a Providência.O sargento disse que nenhum dos militares tentouimpedir a fuga de um dos rapazes, como consta na denúncia do MinistérioPúblico Federal (MPF), e que isso foi feito por um dos traficantes.Oliveira sustentou que chegou a pedir para o sargento Leandro Maia epara o tenente Vinícius Ghidetti para liberar os jovens, após ver elesapanhando dos criminosos. Ele disse ao juiz que a facção criminosa atuante naProvidência teria estipulado um prêmio de R$ 10 mil pela morte de cada um dosmilitares envolvidos no caso.Ainda estão previstos os interrogatórios dos soldadosJúlio Almeida, Rafael Cunha, Sydnei Barros, Fabiano Elói, Samuel Souzae Eduardo Pereira. Ontem (3) foram interrogados o tenente Vinícius Ghidetti, os sargentos Leandro Maia e Bruno Eduardo de Fátima e o soldado José Ricardo Araújo.Eles respondem por homicídio triplamente qualificado - com crueldade, por motivo banal e sem chance de defesa para a vítima. Os traficantes responsáveis pela morte dos três jovens ainda não foram presos.