Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A atividade industrial cresceu 2,4%, em maio, em nove das 14 localidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento foi computado em comparação a maio do ano passado.
Já em relação a abril deste ano, a indústria mostrou retração em dez regiões, com queda de 0,5%. Os dados são da pesquisa Produção Industrial Regional, divulgada hoje (4) pelo IBGE.
O economista André Macedo, da Coordenação de Indústria do IBGE, disse que os resultados regionais “mostram para esse mês específico um menor ritmo da atividade industrial. E muito dessa explicação pode estar sendo sustentada pelo efeito calendário”.
Macedo disse que maio teve menos dias úteis, tanto quando comparado a maio de 2007, quanto se compara com abril também. “Então, esse efeito calendário sobre maio de 2008 , especificamente, seria uma explicação para esse resultado mais moderado”, explicou.
O economista advertiu que, no entanto, na análise do acumulado do ano “os resultados são amplamente positivos, atingindo todos os locais investigados e com um crescimento em nível nacional de 6,2%”.
De forma geral, as localidades que mostraram os melhores desempenhos nos cinco primeiros meses do ano foram os que têm presença mais acentuada de indústrias do setor de bens de capital, automobilística e aqueles produtores que se dedicam à fabricação de commodities do setor agrícola - produtos básicos e minerais, comercializados no exterior. “Nesses locais, observa-se um maior dinamismo, inclusive com taxas bem acima da média nacional”.
O grande destaque na pesquisa foi o estado do Espírito Santo. Em comparação a maio do ano passado, a produção industrial capixaba evoluiu 20,3%, mantendo a seqüência de oito taxas positivas. André Macedo afirmou que a maior parte dessa expansão é explicada pelo viés exportador do estado, sustentado, principalmente, pelos setores extrativo e de metalurgia básica.
As localidades onde a indústria teve o crescimento menos expressivo foram Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No primeiro, foi registrada queda de 4,2% na produção industrial de abril para maio, e de 4,7% na comparação com igual mês do ano passado.
As paralisações registradas no setor de produtos químicos motivaram esse recuo, além do desempenho negativo de sete dos 14 ramos pesquisados, entre os quais fumo (-28,3%) e calçados e artigos de couro (-11,7%).
Em Santa Catarina, a atividade da indústria caiu 3,1% frente ao mês anterior, revelando decréscimo de 5,7% em relação a maio de 2007. Segundo o IBGE, esse foi o resultado mais baixo desde a taxa negativa de 10,1%, registrada em abril de 2006.
Macedo esclareceu que a retração foi motivada, em especial, pelas férias coletivas em grandes empresas do setor de máquinas e equipamentos.
O estudo do IBGE mostrou um quadro positivo para as regiões Norte e Nordeste, registrado nos cinco primeiros meses de 2008. "Há um predomínio de taxas positivas. No caso do Amazonas, por exemplo, o crescimento é de 8,3%, acima do resultado da média nacional, muito impulsionado por setores como material eletrônico e equipamentos de comunicações”, explicou o economista.
No caso do Nordeste, o destaque foi Pernambuco, que cresceu 8,4%, também superando a média nacional do acumulado do ano. Refino de petróleo e produção de álcool foram os setores que apresentaram a maior taxa positiva (118,2%) no estado.