Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ao participar hoje (17) do seminário “Financiamento de Longo Prazo e Bancos de Desenvolvimento”,  no Rio, o ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto defendeu a figura do Estado indutor do crescimento do país. “Eu estou convencido que é absolutamente necessário”. Ele indicou que esse  papel cabe ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desempenhar.Destacou que os investimentos para ocorreram no país devem ter garantia de retorno. Segundo ele, o Estado “é incapaz de fazer desenvolvimento. Mas pode induzir o setor privado a fazê-lo”. O BNDES, reforçou Delfim Netto, tem um papel importante como instrumento desse Estado indutor.“Acredito que existe um mecanismo de produzir crescimento com a ação de um Estado indutor”, disse o ex-ministro. Afirmou que  todas as vitórias alcançadas pelo atual governo, como as estabilidades monetária e fiscal, são fundamentais nesse processo de desenvolvimento. “A estabilidade monetária é um dos fatores mais importantes para que esse Estado indutor possa ter um papel mais significativo do que teria  em processos de grande volatilidade monetária.”Delfim Netto disse estar convencido que apenas dois fatores poderiam abortar o crescimento econômico no Brasil: a crise energética  e o problema de balanço de pagamentos. “Hoje, eu vejo o Brasil com uma grande possibilidade  de ter retirados da frente, pelo menos durante 20 ou 15 anos esses dois fatores que constrangem o crescimento.”As descobertas de petróleo nas camadas pré-sal afastam o risco de desabastecimento. O ex-ministro defendeu o processo de substituição de importações que levem ao desenvolvimento interno e das exportações futuras. “É o caminho natural do crescimento. Você começa importando, depois aprende a fazer, depois se aperfeiçoa e depois passa a ser exportador.”Referiu-se também ao novo programa de desenvolvimento produtivo do governo federal, lançado recentemente,  que reforça  o crescimento dos investimentos no país. “Acho que temos todas as condições para aproveitar um instrumento fundamental,  como é o BNDES, para em conjunto com o setor privado e financeiro brasileiro, realizar esse desenvolvimento que estamos esperando."