Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A importância da preservação de rios como Paranaíba, São Francisco e Jequitinhonha com vistas à navegação interna, prevista nos projetos de hidrovias do país, foi destacada hoje (17) pelo diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot.Ele disse que, além dos investimentos planejados para o sistema rodoviário e de portos, "é necessário também cuidar da manutenção preventiva do potencial de água doce do país, a fim de que o setor produtivo tenha custos reduzidos em transporte". Pagot lembrou que, além da questão de ordem ambiental que envolve os rios, o sistema hidroviário é fundamental para a otimização da infra-estrutura, não apenas para o agronegócio, como também para o setor industrial e metalúrgico. Antônio Pagot fez exposição sobre o assunto na reunião da Câmara Temática de Infra-estrutura e Logística do Ministério da Agricultura, realizada hoje (17) no auditório do ministério. Integram a câmara órgãos estatais e do setor privado, que procuram concentrar os planos e preocupações dessa área, apontando para o governo os gargalos para melhorar o sistema. De acordo com Antônio Pagot, os rios Paranaíba, Jequitinhonha e São Francisco estão sendo empurrados pelas águas do mar em diversos trechos, gerando lamaçais, por isso a preservação tem que ser vista como prioritária. O secretário executivo da Câmara Temática e diretor de Infra-Estrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Biramar Nunes de Lima, afirmou que 80% das áreas onde há necessidade de obras de infra-estrutura estão contempladas por projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a intenção do ministério é que o restante seja posteriormente incluída. Biramar Nunes destacou que o transporte marítimo entre portos (a chamada navegação de cabotagem) é, no momento, o meio mais utilizado para o transporte de grãos e de alimentos, que conta hoje com 61 embarcações trabalhando. Ele disse que o investimento em hidrovias e ferrovias e nos portos é uma preocupação do governo, ao lado dos investimentos no transporte rodoviário. A Secretaria Especial de Portos apresentou na reunião da Câmara Temática projeto para adoção do despacho eletrônico para o transporte de cargas, de tripulantes e passageiros em navios. A inovação vai reduzir custos e burocracia e poderá estar sendo empregada dentro de 14 meses. O despacho eletrônico vai fazer a concentração de dados da Receita Federal, do Ministério da Agricultura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A Câmara Temática recebeu exposição sobre a adoção no Rio Grande do Sul em 2006 do Sistema Pampa, através da Termasa Logística, que permitiu a redução de R$ 19 milhões no custo do transporte de grãos, no escoamento da safra de soja 2006/2007. Antes disso, a capacidade de armazenamento da soja e de outros produtos ficava comprometida com o acúmulo de carga nos terminais. Tudo foi resolvido como a criação de agendamento do processo de descarregamento, que agora é definido desde a origem, contando com monitoramento e consultas pela internet. Foi eliminado no estado o problema das filas de caminhões para descarregar carga nos terminais de armazenamento, melhorando a segurança para os embarcadores e também reduzindo os riscos de acidentes nas estradas com um número menor de caminhões circulando.