Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O nível de emprego na indústria de transformação paulista cresceu 4,79%, nos últimos 12 meses, com a absorção de 107 mil novos trabalhadores. Em maio, no entanto, o ritmo de contratações diminuiu, tendo registrado taxa de 0,35%, bem inferior à de à de abril, que foi de 2,77%. A abertura de vagas em maio ficou concentrada no setor sucroalcooleiro, que respondeu por 63% do total das 8 mil ofertas. Só este segmento expandiu o número de empregos em 4,79%, desde o começo do ano, e em 0,22%, em maio.Os dados são da pesquisa divulgada hoje (17) pela Federação das Indústrias de São Paulo e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp). Na avaliação do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, a desaceleração no ritmo de contratações não foi uma surpresa. Mas ele considerou que o resultado indica “um sinal de alerta”. Ele disse que esse recrudescimento ainda não contabiliza eventuais efeitos da política monetária sobre a atividade produtiva, referindo-se à elevação da Taxa Básica de Juros, a Selic, de 11,75% para 12,25% ao ano, e à revisão em alta dos analistas do mercado que, agora, prevêem que a taxa pode chegar a 14,25% até o fim do ano, conforme o boletim Focus.“O propósito do governo é explícito na intenção de reduzir a atividade econômica”, avaliou Francini. Apesar disso, ele afirmou que foi mantida a previsão da indústria paulista de um crescimento no nível de emprego em torno de 3,5%. A pesquisa da Fiesp/Ciesp mostra ainda que, em maio, 13 setores apresentaram desempenho positivo, enquanto três ficaram estáveis e cinco com atividade em queda.No acumulado de 2008, nível de emprego no setor de coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool cresceu 38,93%, seguido por alimentos e bebidas (28,3%), máquinas de escritório e equipamentos de informática (22,4%). Já nos últimos 12 meses até maio, a liderança ficou com o setor de máquinas de escritório e equipamentos de informática (24,6%), seguido pelo setor da indústria automotiva (9,7%) e máquinas e equipamentos (8,8%).