Para ministro, desmatamento anual no Brasil dificilmente será inferior ao último registrado

02/06/2008 - 21h50

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na entrevista coletivaem que avaliou os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais(Inpe) sobre o desmatamento na Amazônia em abril, o ministro doMeio Ambiente, Carlos Minc, fez uma previsão pessimista em relação aos dados anuais que serão consolidados em agosto peloPrograma de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia(Prodes). “Muito dificilmente o desmatamento será menor queno ano passado. Chegamos ao segundo nível mais baixo dosúltimos 15 anos e sempre que se chega nesse nívelsurgem pequenos aumentos, que poderão ser estimulados pelospreços internacionais favoráveis à soja ecarne”, afirmou Minc, que responsabiliza essas atividades produtivaspelo aumento da devastação. A previsão doministro encontra amparo em medições do Inpe pelasquais o aumento na área desmatada na Amazônia Legalpassou de 4.974 quilômetros quadrados, entre 2006 e 2007, para 5.850 quilômetros quadrados de agosto de 2007 até o mêsde abril de 2008. O ministro relativizou,porém, o impacto negativo que o recrudescimento da destruiçãoda floresta possa ter. Ele enfatizou a necessidade de se pensar emsoluções duradouras para o problema.“Nossa guerra nãoé apenas com número. O objetivo é lançaras bases de um novo modelo de desenvolvimento. Nossa guerra ésubstituir o modelo predatório atual, que empobrece o povo edestrói a floresta. Queremos um modelo em que florestapossa ser preservada como banco genético importante e que opovo tenha condição de vida melhor”, disse Minc.