Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O secretárioNacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, reafirmou hoje(2), em São Paulo, que o Ministério da Justiçaestá à disposição das autoridades do Riode Janeiro para prestar apoio em qualquer situaçãoemergencial, como a divulgada ontem (1º) pelo jornal carioca ODia, de tortura sofrida por uma equipe de reportagem do jornal.Assim como o ministrointerino da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que já tinhamanifestado, mais cedo, seu apoio ao governo do estado, Tuma Júniordisse que é inconcebível o que ocorreu com a equipe dojornal. "Eu quero crer etenho uma visão clara de que a polícia do Rio deJaneiro está dando a resposta necessária. Pelo quetenho conhecimento todas as providências estão sendotomadas pelas autoridades policiais do Rio de Janeiro e, obviamente,o ministério de Justiça está à disposiçãoa emprestar qualquer tipo de apoio. Não se pode conceber o queaconteceu", disse, ao participar da abertura do 2º Curso doPrograma Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci) deCombate à Corrupção e à Lavagem deDinheiro para policiais civis.O caso da tortura deuma repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal, sófoi divulgado ontem, mas ocorreu há cerca de 15 dias. Elesforam mantidos em cárcere privado, durante sete horas, pormilicianos, na favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.Ali, levaram choques elétricos, socos e pontapés. Os jornalistasproduziam uma reportagem sobre o cotidiano de moradores decomunidades dominadas por grupos paramilitares. A Delegacia deRepressão às Ações Criminosas Organizadas(Draco) investiga o caso. Para Tuma Júnior,a violência sofrida pela equipe do jornal carioca é algo"repugnante, incompatível com o estado democrático".Na sua avaliação, as declarações dosecretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro,José Mariano Beltrame, de que as investigaçõesjá indicaram a possível participação depoliciais na ação, demonstram que a polícia estáagindo com transparência. "Toda instituiçãotem problemas e se a investigação está sendofeita, as pessoas estão sendo identificadas, nós tambémtemos que ter o tempo para que a investigação nãoseja atrapalhada", observou.. O secretárionacional de Justiça afirmou, ainda, que acredita que o governodo estado não deixará de punir os culpados. "Nãovai passar a mão, vai punir com rigor dobrado no nossoentendimento, porque não se pode conceber que um homempúblico, que exerce uma função pública detanta relevância social como é a polícia, possaser criminoso ao mesmo tempo", afirmou.