Minc diz que indícios de aumento da devastação na Amazônia exigem resposta imediata

02/06/2008 - 18h34

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do MeioAmbiente, Carlos Minc, disse hoje (2) que os “indícios” deaumento do desmatamento na Amazônia, constatados pelos dados doInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), exigem uma respostaimediata dos órgãos de fiscalização eproteção.“O dado épreocupante. Não vamos brigar com os termômetros echorar a seiva derramada. Vamos agir. Algumas açõesainda não geraram frutos e outras serão adotadas agora”,disse Minc.Entre as propostasanunciadas por Minc está a apreensão de gado empropriedades onde for caracterizado o desmatamento ilegal. As ações de fiscalização que devem ocorrera partir de 15 de junho serão realizadas em conjunto comforças policiais.O ministroresponsabilizou a produção de soja e a criaçãode gado pela devastação recente da Amazônia. “Ospreços da soja e da carne estão disparados e essarelação é historicamente comprovada no Brasil.Há um estímulo para que novas áreas sejamocupadas por soja, que joga o gado para frente. E o avanço dogado é responsável por 70% a 80% do desmatamento naAmazônia”, afirmou.Minc tambémalertou para o fato de que a realidade da degradação na RegiãoAmazônica possa ser ainda mais grave do que os dados apontados pelo Inpe até o momento. “Os piores meses de desmatamento sãotradicionalmente junho, julho, agosto e setembro quando háestiagem e avanço da preparação de terrenos. Opior está por vir e agora é que será o nossoteste”, disse.Apesar de o Inpe terrevelado que o estado do Mato Grosso concentrou 70% do desmatamentodetectado no mês de abril, o ministro evitou fazer críticasao governador Blairo Maggi. “Não estou aqui para atacar oudefender governador. Quero trabalhar junto. Falei hoje com o BlairoMaggi e pretendo ir até o estado ainda neste mês”,afirmou.