Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Sindicato dosJornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e aFederação Nacional dos Jornalistas promoveram na tardede hoje (2), no centro do Rio, um ato de repúdio ao seqüestroe tortura dos repórteres do jornal carioca O Dia. Oprotesto ocorreu no mesmo dia em que o assassinato do jornalista TimLopes por traficantes completa seis anos.No dia 14 de maioúltimo, repórteres de O Dia foram seqüestradose torturados por integrantes de uma milícia. Os jornalistasestavam morando havia duas semanas na Favela do Batan, em Realengo,na Zona Oeste do Rio. O objetivo deles era preparar uma matériaque mostrasse como vivem as pessoas em um local controlado pelasmilícias.Em nota, o Sindicatodos Jornalistas Profissionais do Rio classificou o ato como um dosmais graves atentados à liberdade de informação.Segundo a presidente do sindicato, Suzana Blass, a competiçãoexistente entre os meios de comunicação e os própriosjornalistas propicia a exposição dos profissionais aoperigo.Ainda de acordo comSuzana, o jornal O Dia não soube avaliar os riscos queesse tipo de investigação envolve. “Precisamos ter aconsciência de que no Rio de Janeiro existem áreas deexceção e que a gente não pode fazer coberturanestes locais como se estivesse indo para a Zona Sul fazer matériasobre praia. Temos que ter noção do que se pode fazer ede que a vida do repórter é mais importante do que aconcorrência, o furo jornalístico e qualquer prêmiode imprensa que o repórter possa ganhar”, ressaltou SuzanaBlass.Segundo ela, o Sindicato dos Jornalistas do Municípiodo Rio vai se reunir com as empresas de comunicaçãopara traçar estratégias que possibilitem uma coberturade qualidade da violência na cidade, sem prejuízo àintegridade dos jornalistas. O jornal O Dia preferiu nãose pronunciar sobre o assunto.