Diretora da Petrobras diz que contratos de gás estão defasados diante do valor do barril de petróleo

02/06/2008 - 20h19

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, admitiu hoje (2), que os contratos para o fornecimento de gás natural às distribuidoras, cujo processo foi concluído no mês passado, já começam a vigorar com defasagem, uma vez que não foram feitos levando em conta o barril de petróleo a US$ 130 no mercado internacional.Apesar da constatação, a executiva garantiu que a Petrobras não pretende rever o preço contratado, uma vez que a estatal não tem interesse em “quebrar” as distribuidoras.Embora os preços acertados com as distribuidoras não reflitam o preço do petróleo Brent (cotação do barril no mercado internacional), a empresa manterá a política de reajustes trimestrais do preço do gás natural, com base em uma cesta de óleos, que também inclui a variação do barril do petróleo no mercado externo. Segundo ela, a Petrobras não está perdendo dinheiro com a defasagem. “Isto não reflete perdas para a companhia de forma alguma e não há a menor previsão de que a gente venha a propor novos reajustes às distribuidoras”, disse.  Em sua avaliação, no entanto, é preciso acompanhar e estar atento ao comportamento do preço do barril do petróleo no mercado externo. “Onde este preço vai parar. Vai ser US$ 130, US$ 135, US$ 140, passa de US$ 150 ou volta para US$ 70 [o barril]? Evidentemente que nós temos que acompanhar tudo isto, ficar atentos”, observou Maria das Graças.Ela disse que um possível repasse do preço do petróleo para o gás tem que ser modulado de modo a não afetar a cadeia que gira em torno dele. “Eu tenho as distribuidoras em uma ponta, que, por sua vez, tem dezenas, centenas de clientes, que também tem contratos. Então, esse repasse tem que ser modulado, planejado e acompanhado ao longo de um período ainda maior do que, por exemplo, no caso da gasolina”, avaliou.