Desembolsos do BNDES para compra de máquinas e equipamentos nacionais crescem 53%

02/06/2008 - 18h45

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) totalizaram R$ 76,3 bilhões nos últimos 12 meses, encerrados em abril deste ano. O aumento foi de 35% em comparação ao período anterior. As liberações  destinadas à compra de máquinas e equipamentos de fabricação nacional tiveram destaque, com variação de 53% no período, somando R$ 18,5 bilhões.

No período anterior, encerrado em abril de 2007, as liberações da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame), do BNDES, para a aquisição de máquinas e equipamentos alcançaram R$ 12 bilhões e mostraram concentração no setor de transportes terrestres, com alta de 53%.

Já os dados contabilizados até abril de 2008, segundo o chefe do Departamento de Orçamento da Área de Planejamento do BNDES, Gabriel Visconti,  mostram que houve uma distribuição mais equilibrada dos desembolsos para a maioria dos setores industriais.

Visconti destacou a expansão observada no financiamento de outros tipos de equipamentos, como os destinados às indústrias têxtil e mecânica, de papel e celulose e telecomunicações. “Todos eles [os financiamentos dessas indústrias] vêm crescendo muito. E, proporcionalmente, até mais que a parte de ônibus e caminhões. Que também cresce”, disse.

Os desembolsos para o setor têxtil aumentaram 75%, para o segmento de mecânica, 104,3% e para o setor de transportes terrestres, a expansão foi de 49,7%.

Segundo Visconti, o aumento da demanda interna explica o crescimento dos desembolsos para esses setores industriais. “O consumo de bens finais relacionados a alimentos, roupas, bebidas faz com que as indústrias demandem mais máquinas para suas instalações. E isso demanda também desembolsos do banco relativos a esses setores. Então, os  produtos da Finame vêm se destacando em relação aos demais”, explicou.

A perspectiva do dirigente do BNDES é que haja uma continuidade dessa expansão a partir dos efeitos da nova política de desenvolvimento produtivo lançada pelo governo federal, no mês passado. “A tendência é que continue esse ritmo de crescimento. Talvez até um pouco maior, em função da nova política, que criou uma série de incentivos  para o desenvolvimento não só da indústria, mas da economia como um todo”, previu.

Ele disse que o banco tem condições de responder à essa demanda e avaliou que o orçamento de R$ 80 bilhões do BNDES, previsto para o ano, deverá ser cumprido com folga. “Deve ficar algo bem próximo desses R$ 80 bilhões. Mais do que isso talvez não seja possível. Mas a expectativa é que consiga chegar à meta", observou.

A indústria e a área de infra-estrutura devem liderar as liberações este ano, na previsão do chefe do Departamento de Orçamento do BNDES. A previsão é que haja crescimento não só dos desembolsos, mas de aprovações, enquadramentos e consultas. “A tendência é de crescimento para todos os níveis”, apontou Visconti. 

As liberações para a indústria, no período pesquisado, cresceram 8%, atingindo R$ 31,8 bilhões. E as aprovações evoluíram 10%, somando R$ 48 bilhões. O segmento de infra-estrutura manteve o ritmo de alta da demanda registrado nos últimos meses e registrou crescimento de 77% nas liberações (R$ 30,2 bilhões) e 69% nas aprovações (R$ 46,5 bilhões).