Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os setores daconstrução civil, automotivo e de bens e equipamentos,líderes no consumo de produtos siderúrgicos no Brasil,devem puxar o crescimento da demanda por aço neste ano,impulsionando o setor. A avaliação foi feita hoje (2)pelo vice-presidente executivo do Instituto Brasileiro de Siderurgia(IBS), Marco Pólo de Mello Lopes.Ele tambémdestacou que o programa de compras para perfuração emáguas profundas e ultra-profundas da Petrobrás abrenovas perspectivas de crescimento para o aço brasileiro.“Nossa expectativa é que esses três segmentos, mais oprograma, sejam responsáveis por puxar o crescimento dademanda este ano”, disse.Lopes lembrou que háforte aquecimento da demanda por aço no país, o querefletiu em aumento de 22,5% das vendas internas e de 8,1% daprodução, nos três primeiros meses deste ano, emcomparação ao mesmo período do ano passado. O tema do cenáriomundial e nacional do setor siderúrgico será debatido apartir de hoje (2) à noite no 1º Encontro Nacional daSiderurgia, que o IBS promove até amanhã (3). Opresidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial, Luciano Coutinho, participará do evento, onde falarásobre a nova política industrial.Recentemente, o IBSreviu para cima as projeções para o setor em 2008.Nessa primeira revisão, a elevação das vendas emvolume, no mercado doméstico, passou de 10,7% para 13,1%,enquanto a projeção de crescimento do consumo aparenteevoluiu de 10% para 13,7%. O consumo de aço por habitantesubiu de 110,3 quilos em 2006 para 129,3 quilos no ano passado. Umasegunda revisão das previsões para o exercíciodeverá ser feita ao final do semestre.Marco PóloLopes admitiu que o aumento da produção siderúrgicana China sempre foi um fator de preocupação para asusinas brasileiras e para a siderurgia internacional, de modo geral.Ele lembrou que, por outro lado, o próprio governo chinêstomou medidas firmes para desestimular as exportações,que eram o principal temor da siderurgia mundial. “Ou seja, quevocê tivesse aí volumes excessivos colocados no mercadointernacional e que isso acabasse ocasionando fechamento de mercados.E com isso, viéssemos a ter desvios de comércio”,explicou.A preocupaçãono Brasil era específica porque, enquanto o mundo se fecha, apolítica nacional é de abertura do mercado, comredução de alíquotas, alertou Lopes. Eleacrescentou que as medidas tomadas pelo governo chinês surtiramefeito e as exportações sofreram desestímulo. Aprodução de aço na China totaliza em torno de500 milhões de toneladas anuais. A exportação,porém, está limitada a 10% da produção.“O mercado interno chinês é muito demandante”,apontou o vice-presidente executivo do IBS.