Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O comércio deautomóveis entre o Brasil e a Argentina só seráinteiramente livre a partir de 1º de julho de 2013. Em reuniãona última sexta-feira (30), em Buenos Aires, os dois paísesrenovaram por mais cinco anos o acordo automotivo que define limitespara importações sem imposto. As regras visamequilibrar o comércio de automóveis entre as duasregiões, impedindo uma enxurrada de carros brasileiros nomercado argentino até que o país vizinho tenhacondições de competir.As novas regras estabelecemque para cada US$ 100 que o Brasil vender para a Argentina, o paísvizinho poderá vender US$ 250 para o Brasil, sem imposto deimportação. Pelo acordo atual, que expira em 30 dejunho, para cada US$ 100 exportados, pode-se importar até US$195. Sob tais regras, em 2007 o Brasil exportou para a Argentina US$695,56 milhões em veículos e importou US$ 679,57milhões. De janeiro a abril deste ano, os embarques deautomóveis para o parceiro do Mercosul somaram US$ 285,51milhões, contra US$ 186 milhões no mesmo períododo ano passado. Já as compras feitas na Argentina totalizaramUS$ 218,26 milhões, contra US$ 167,98 milhõesregistrados no primeiro quadrimestre de 2006. A proporçãodeve mudar a partir da vigência dos novos índices.Onovo acordo automotivo – que ainda depende de aprovaçãodos governos brasileiro e argentino - prevê a extensãodas regras bilaterais, no curto prazo, para o Paraguai e o Uruguai,estabelecendo um regime automotivo do Mercosul. O Brasil játem acordo semelhante com o Uruguai.Caberá ao ComitêAutomotivo Brasil-Argentina monitorar o novo acordo em reuniõestrimestrais. Também será responsabilidade do comitê,coordenado pelos vice-ministros de indústria dos dois países,propor eventuais medidas necessárias ao cumprimento do acordo.O Acordo sobre a Política Automotiva Comum foi firmadopelo Brasil e pela Argentina em 2002. Previa o comércio administrado com abertura gradual e estabelecia a data de 1º dejaneiro de 2005 para o livre comércio de veículos. Aprorrogação foi solicitada pela Argentina. Desde então,as trocas comerciais vinham sendo reguladas por acordos provisórios.