Assembléia Legislativa do Rio pode cassar deputado Álvaro Lins, diz corregedor

02/06/2008 - 17h44

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O corregedor-geral daAssembléia Legislativa do Rio (Alerj), Luiz Paulo (PSDB),admitiu hoje (2) que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, odeputado Álvaro Lins (PMDB), poderá ter o seu mandatocassado. Ele terá 15 dias para analisar os documentosentregues pelo presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), sobre ainvestigação policial envolvendo Lins. A partir daí,o caso poderá ou não ser levado à Comissãode Ética da Alerj.“As denúnciassão gravíssimas. A imagem da Casa está péssima”,disse Luiz Paulo. “Esse assunto tem que ser tratado com a maiorrigidez, respeitando o processo legal. Mas analisando o que jáfoi escrito e lido, tudo nos indica a possibilidade de ter havidoquebra de decoro, que poderá ter como conseqüênciaa perda do mandato”, avaliou.Na últimasexta-feira, por 40 votos a 15, os deputados da Alerj revogaram aprisão de Álvaro Lins. Ele tinha sido preso pelaPolícia Federal acusado de ser o chefe operacional de umaquadrilha armada que vendia proteção a criminosos eexigia cotas de dinheiro de delegacias.Segundo o procuradorda Alerj, Rodrigo Lopes, a prisão em flagrante de ÁlvaroLins, por lavagem de dinheiro, feriu a Constituição.“Em princípio, não se pode prender um deputado a nãoser que seja em flagrante de crime inafiançável. Quandoa Constituição Federal traz, nos incisos 41,42 e 43 deseu artigo 5º, uma relação de crimes que seenquadram nesta definição, ela não cita lavagemde dinheiro”, justificou Lopes.