Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Durou quase sete horas os depoimentos prestados hoje (30) por Ricardo Tosto, Celso Murad e os irmãos Edson Napolitano e Washington Napolitano à Justiça Federal em São Paulo. Os quatro são investigados pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de participação em esquema que estaria fraudando empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também seriam ouvidos hoje pelo juiz Márcio Ferro Catapani o coronel reformado Wilson Consani Junior e Boris Timoner, mas os depoimentos foram remarcados para 9 de junho, às 14h30.Segundo a procuradora da República Adriana Scordamaglia, nos depoimentos de hoje os réus deixaram de responder a várias perguntas e demonstraram contradição em algumas respostas.Mesmo sem prestar depoimento hoje, o coronel Consani Júnior disse à imprensa que “há uma explicação e um motivo documentado, inclusive” que justificaria a sua ligação telefônica para o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), alertando-o sobre a Operação Santa Tereza da Polícia Federal. Consani Júnior também disse que mantém “uma relação amistosa” e profissional com Paulinho.Ontem (29), o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de inquérito contra Paulo Pereira, suspeito de participação no esquema. O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Agora, segundo a assessoria de imprensa do STF, o inquérito 2725 deve ser analisado pelo ministro-relator – até o momento definido como a ministra Ellen Gracie – que pode autorizar uma investigação sobre o deputado.