Petterson Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Levantamento da Secretaria da Saúde de São Paulo mostra que a maioria dos fumantes associa automaticamente o cigarro à comida. Dos cerca de 500 dependentes de tabaco, atendidos em 2007 no Centro de Referência em Álcool Tabaco e Outras Drogas (Crotad), 95% dos entrevistados associam o cigarro diretamente ao fim de cada refeição.A ansiedade foi ligada ao fumo por 73% dos entrevistados, o café por 71%, enquanto para 68% do total, o cigarro está vinculado à tristeza e à alegria para 55%. Falar ao telefone foi apontado por 42% dos pacientes ouvidos como motivo para fumar e 34% vincularam o ato de fumar ao consumo de bebidas alcoólicas.A Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) realiza hoje (31), uma exposição com cartazes sobre o tabagismo em comemoração aos 15 anos do Dia Mundial Sem Tabaco. Haverá também distribuição de material educativo sobre o tabagismo.A médica Ana Luiza Curi Hallal, vai defender tese na FSP-USP, sobre “fatores associados ao tabagismo em escolares da região Sul do Brasil". A médica analisou dados do Inquérito de Tabagismo em Escolares (Vigescola), pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) relativos a Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, entre 2002 e 2004, em que foram ouvidos adolescente de 12 a 14 anos. Ela concluiu que a prevalência do tabagismo é elevada e os fatores foram possuir indivíduos fumantes como melhores amigos e estar exposto à fumaça ambiental, fora de casa. A pesquisadora constatou que a prevalência de fumantes entre esses escolares variou de 10,7% em Florianópolis a 17,7% em Porto Alegre e foi sempre mais elevada, entre as meninas. As informações estão no site da FSP.Entre segunda e sexta-feira, o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas fez uma série de atividades para comemorar os 15 anos de parceria com a OMS (Organização Mundial da Saúde) no combate ao tabagismo. Foram realizados exames de determinação de concentração de monóxido de carbono no ar expirado de fumantes e não-fumantes e de prova de função pulmonar. Os resultados indicam nível de poluição do organismo pelo monóxido de carbono e comprometimento da capacidade respiratória de fumantes, o que pode indicar potencial risco cardiovascular e pulmonar em função do vício.O Hospital Beneficência Portuguesa, em parceria com o Contro de Tratamento do Tabagismo, também realizou uma campanha em comemoração ao Dia Mundial sem Tabaco. A ação foi para conscientizar a população sobre os riscos que o cigarro oferece à saúde e orientar como livrar-se do vício. Médicos, psicólogos, nutricionistas e técnicos em espirometria, estiveram à disposição no Hospital dando orientações e prescrições de medicamentos. Também será medido o nível de Monóxido de Carbono e distribuído material informativo.Alunos da rede municipal de ensino de várias regiões terão, dentro das unidade básicas de saúde, orientações sobre o tabagismo e os prejuízos que o vício provocam. As secretarias de Educação e Saúde da Prefeitura de São Paulo buscam, com a Semana Antitabagismo, realizada entre os dias 26 e 30, melhorar e aprofundar a parceria entre as escolas e as unidades de saúde.
