Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os 16 denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Segurança Pública S/A terão 15 dias para apresentar suas defesas prévias ao Pleno do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), formado por 27 juízes que decidirão se abrem processo penal.Segundo os procuradores do MPF, tratava-se de uma organização criminosa que usou a estrutura da Polícia Civil do Rio de Janeiro para praticar lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção.Os procuradores regionais da República Cristina Romanó, Maurício da Rocha Ribeiro e Paulo Fernando Corrêa denunciaram ontem (29) as seguintes pessoas: Álvaro Lins (deputado estadual e ex-chefe de Polícia), por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva; Anthony Garotinho (ex-governador e ex-secretário de Segurança), por formação de quadrilha armada; Ricardo Hallak (ex-chefe de Polícia), por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva; e Alcides Campos Ferreira, por corrupção ativa.Também foram denunciados: Daniel Goulart (formação de quadrilha armada); Fábio Menezes de Leão (facilitação de contrabando); Hélio Machado da Conceição (facilitação de contrabando); Jorge Luiz Fernandes (facilitação de contrabando); Luiz Carlos dos Santos (formação de quadrilha armada e corrupção ativa); Mário Franklin Mustrange de Carvalho (lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva); Francis Bullos (lavagem de dinheiro e formação de quadrilha armada); Sissy de Macedo Bullos (lavagem de dinheiro); Vanda de Oliveira Bullos (lavagem de dinheiro); Amaelia Lins dos Santos (lavagem de dinheiro); Maria Canalis Bullos (lavagem de dinheiro), e Luciana Gouveia dos Santos (lavagem de dinheiro).Segundo o procurador Maurício da Rocha Ribeiro, existem provas de que o grupo promovia corrupção em delegacias de polícia, com nomeações políticas de delegados que aceitassem participar do esquema - que incluía extorsão de empresários e acobertamento de atividades ilícitas – e remoção de quem fosse contra.“Eles estão denunciados como participantes de uma organização criminosa que, durante anos, atuou no interior do governo do estado, especialmente na área de segurança pública, com o fim da prática de fatos ilícitos. Consta da nossa denúncia que,tanto o ex-governador Garotinho quanto Álvaro Lins participam ativamente da organização e da concepção dessa organização criminosa.”Os procuradores negaram que a ex-governadora Rosinha Garotinho e o ex-secretário de Segurança e atual deputado federal Marcelo Itagiba estivessem envolvidos no esquema.