Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo não vai alterar a política de câmbio flutuante em função da desvalorização do dólar frente ao real, assegurou hoje (30) o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, durante almoço-palestra na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro.
Nem a expectativa de entrada maior de dólares no país, como resultado do novo grau de investimento, concedido pela agência de avaliação de risco Fitch, e a continuidade de desvalorização da moeda norte-americana, conseguiram abalar a opinião do ministro.
“O problema da apreciação [valorização] do real é que, se o governo quisesse abandonar – e não quer – a política de câmbio flutuante, nós passaríamos para um imponderável. Como é que faz para conter a queda do dólar? Quanto custa isso? Que tipo de medida seria adotada? Nós não temos nenhuma previsão e não temos nenhuma proposta nesse sentido”, disse o ministro.
Paulo Bernardo espera que o país já tenha atingido o teto de apreciação do real, como indicam alguns analistas. “Nós não temos intenção de fazer mudança na política cambial”, reforçou, para acrescentar mais adiante: “Se tiver alguma medida pontual, que o governo coloque de forma consistente, sabendo quanto custa e qual é o tamanho, como nós estamos fazendo na política industrial, nós podemos fazer. Agora, simplesmente mudar a política, com isso nós não vamos conseguir conter a queda do dólar”. Bernardo lembrou que a desvalorização do dólar é um problema mundial.
Ele não acredita que o grau de investimento trará uma enxurrada de dólares para o Brasil. “Eu vi um chuvisqueiro até agora. Nós queremos ver investimento produtivo aqui. Financiamento de projetos, empresas novas, infra-estrutura. Eu acho que esse dólar é muito bem vindo, se acontecer”, concluiu.