Bernardo diz que desvalorização do dólar não fará governo alterar política cambial

30/05/2008 - 17h21

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo não vai alterar a política de câmbio flutuante em função da desvalorização do dólar frente ao real, assegurou hoje (30) o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, durante almoço-palestra na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro. 

Nem a expectativa de entrada maior de dólares no país, como resultado do  novo grau de investimento, concedido pela agência de avaliação de risco Fitch, e a continuidade de  desvalorização da moeda norte-americana, conseguiram abalar  a opinião do ministro.

“O problema da apreciação [valorização] do real é que, se o governo quisesse  abandonar – e não quer – a política de câmbio flutuante, nós passaríamos para um imponderável. Como é que  faz para conter a queda do dólar? Quanto custa isso? Que tipo de medida seria adotada? Nós não temos nenhuma previsão e não temos nenhuma proposta nesse sentido”, disse o ministro.

Paulo Bernardo espera que o país  já tenha atingido o teto de apreciação do real, como indicam alguns analistas. “Nós não temos intenção de fazer mudança na política cambial”, reforçou, para acrescentar mais adiante: “Se tiver alguma medida pontual, que o governo coloque de forma consistente, sabendo quanto custa e  qual é o tamanho, como  nós estamos fazendo na política industrial, nós podemos fazer. Agora, simplesmente mudar a política,  com isso nós não vamos  conseguir conter a queda do dólar”. Bernardo lembrou que a desvalorização do dólar é um problema mundial.

Ele não acredita que o grau de investimento trará uma enxurrada de dólares para o  Brasil. “Eu vi um chuvisqueiro até agora.  Nós queremos ver investimento produtivo aqui. Financiamento de projetos, empresas novas, infra-estrutura. Eu acho que esse dólar é muito bem vindo, se acontecer”, concluiu.