Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou hoje (29), em entrevista à Rádio Nacional, os votos muito longos apresentados pelos ministros da Corte e afirmou que não deve se estender quando for apresentar o seu posicionamento sobre o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas. A decisão sobre o assunto deve ser conhecida nesta tarde, em julgamento marcado para começar às14h.“Será um voto realmente curto, um voto conciso, revelando a minha ciência e a minha consciência sobre a matéria”, disse. “O ideal é que tenhamos votos fundamentados, mas não votos de uma hora, uma hora e meia, duas horas, evidentemente isso não contribui para a celeridade e economia processuais e não contribui para a compreensão da sociedade em geral.”O ministro afirmou que votos muito longos geralmente não são compreendidos pela população, principal interessada no resultado do julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que questiona o uso células-tronco de embriões em pesquisas.Questionado se o presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, também irá votar, Marco Aurélio explicou que sim, uma vez que se trata de matéria constitucional. Ele completou lembrando que, por enquanto, o placar está empatado.“Há quatro votos [dos ministros Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Carmen Lúcia e Joaquim Barbosa] no sentido da continuidade das pesquisas, ou seja, no sentido da improcedência do pedido apresentado pelo procurador-geral da República [à época, Cláudio Fonteles] e quatro votos que, ao meu ver, inviabilizam as pesquisas, limitam e muito as pesquisas [dos ministros Menezes Direito, Ricardo Lewandowski, Eros Grau e Cézar Peluso, que recomendam restrições ao uso dos embriões]”, disse.