Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O crime de lavagem de dinheirofoi o motivo da prisão em flagrante do deputado estadual e ex-chefe daPolícia Civil do Rio Álvaro Lins (PMDB). Segundo o superintendente daPolícia Federal do Rio, Jacinto Caetano, foi por isso que o deputadopôde ser preso, apesar do foro privilegiado. As informações, contudo,não foram detalhadas, já que as investigações estão sob sigilo dejustiça. A Operação Segurança Pública S/A também prendeu em flagrante, namanhã de hoje (29), a mulher de Álvaro Lins, Luciana Gouveia dos Santos, e osogro, Francis Bulos, acusados de serem laranjas do deputado. Ao todo,foram expedidos dez mandados de prisão pedidos pelo Ministério PúblicoFederal, e sete foram cumpridos. As buscas e apreensões ocorreram em 16endereços. Foram presos também Alcides Campos Ferreira e Mário Franklin LeiteMustrange. Os inspetores da Polícia Civil Fábio Menezes de Leão e Jorge Luís Fernandes já estavam presos. Nãoforam encontrados o inspetor Hélio Machado da Conceição, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Ricardo Halack e o delegado Luís Carlos dos Santos. O superintendente da Polícia Federal informou que foram feitasbuscas no gabinete de Álvaro Lins na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). “Essa busca foi feita com o conhecimento do presidente daAlerj [deputado Jorge Picciani, do PMDB], que designou um procurador para acompanhar asbuscas”, disse Jacinto Caetano. Também foram feitas buscas nas casas do ex-governador do RioAnthony Garotinho, na cidade do Rio de Janeiro e em Campos, no nortefluminense, mas a acusação contra ele não foi revelada, já que as investigaçõesestão sob segredo de justiça. A Operação Segurança Pública foi deflagrada pela Polícia Federal noinício do ano passado, a partir de desdobramentos da OperaçãoGladiador, realizada em 2006, que culminou no fechamento de 28 casas de bingo e apreensão de 4.800 máquinas caça-níqueis no Rio. Álvaro Lins não pôde ser investigado naquela época, porque já havia sido diplomado deputado, garantindo a imunidade parlamentar. O deputado é acusado de participar de uma quadrilha de policiaisligada a um núcleo político do estado que oferecia segurança acontraventores em troca de dinheiro.