Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As propostas doministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Menezes Direito em seuvoto sobre a constitucionalidade das pesquisas com células-troncoembrionárias apresentado hoje (28), com uma série derestrições, inviabilizariam esse tipo de pesquisa. Éo que afirma a geneticista e pesquisadora da Universidade de SãoPaulo (USP) Mayana Zatz.“Existe um controle,e há muito tempo não se faz nenhum projeto de pesquisaque não seja aprovado por um comitê de ética”,rebate a pesquisadora.O ministro sugeriu umalegislação para controlar possíveis abusos naseleção de embriões por qualquer critérionas técnicas de reprodução in vitro.De acordo com ela, umprojeto com as sugestões do ministro Direito levaria de trêsa quatro anos para ser aprovado. Além disso, centralizar ocontrole das pesquisas em um único comitê dificultaria otrabalho.“Se tiver quecentralizar, isso vai inviabilizar a pesquisa, pelo tempo que seperde”, afirma. “Imagine a quantidade de pesquisas e de projetosque um comitê central vai ter que analisar. Isso épraticamente impossível”, acrescenta.A pesquisadora explicaque já existem comitês de ética em cadauniversidade que analisam todos os projetos de pesquisa propostospelos professores. Ela diz, também, que é necessáriosempre prestar contas e apresentar os resultados das pesquisas.Esses comitês, deacordo com a pesquisadora, são compostos por pessoas aprovadaspor um comitê central. “Não se faz um comitê dequalquer jeito”, diz.