Da Agência Brasil
Brasília - As pesquisas comcélulas-tronco embrionárias no Brasil vãocontinuar independentemente doresultado da votação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobrea Ação Direta de Inconstitucionalidade do Artigo 5º daLei de Biossegurança. É o que sustenta a pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)Cláudia Maria de Castro Batista. Segundo ela, o que está em discussãono STF é o uso de embriões congelados hámais de três anos, que estão esquecidos em clínicasde fertilização. Para ela, muitos embriões queestão congelados em clínicas de fertilizaçãoforam esquecidos pelos pais, depois que eles tiveram outros filhos.Para a pesquisadora, isso é reflexo de uma falha na legislaçãobrasileira no momento em que as fecundações in vitro chegaram ao país.A pesquisadora destaca ainda que, caso esse excedente de embriões congelados nãoexistisse, toda a discussão também nãoestaria acontecendo no Brasil. “O que está em questãoé o acesso aos embriões congelados para pesquisa ounão. As pesquisas com células tronco-embrionáriasde linhagens estrangeiras vão continuar em andamento. Apesquisa não vai parar mesmo que seja proibido o acesso aesses embriões congelados que estão no Brasil”,garante.De acordo com ela, em algunspaíses europeus, como a Inglaterra, por exemplo, não háembriões congelados, porque cada casal só podefertilizar um óvulo por vez. “Com essa falha na legislação,criamos um problema para as clínicas de fertilização.A Lei de Biossegurança é discutida, porque esses embriõescongelados, e esquecidos há mais de três anos, estãodisponíveis e não se sabe o que fazer com eles”, completou.“O Brasil deveria teradotado uma política de restrição. Como não houve, os casais fecundavam váriosóvulos de uma só vez e depois que conseguiam o resultado, congelavam o restante. Hoje alguns embriões congeladosestão esquecidos há anos”, explica.