Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O deputado federal Paulo Pereira da Silva (PTB-SP), o Paulinho da Força Sindical, disse hoje (28), em entrevista à TV Brasil, que pretende provar a todos os deputados que foi vítima de uma “armação política”. Paulinho disse que pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que o processo contra ele fosse levado ao Conselho de Ética, para ter a oportunidade de se defender. Ontem, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, o pedido de abertura do processo de cassação de mandato do deputado. “Como não tem nada contra mim – eu já abri os meus sigilos fiscal, bancário e telefônico e a pessoa que me citou [nas gravações e documentos obtidos pela Polícia Federal na Operação Santa Tereza] disse que me citou indevidamente - quero ir para o Conselho de Ética, para ter a oportunidade de explicar a toda população brasileira e, principalmente, aos trabalhadores sobre essa armação política que me fizeram, devido ao trabalho que venho realizando no Congresso em defesa dos trabalhadores”, disse o deputado.De acordo com Paulinho, sua imagem política não deve ficar abalada, depois de seu nome ter aparecido nas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, como suspeito de ter obtido vantagens financeiras em fraudes cometidas em empréstimos irregulares no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Tive apoio de todas as centrais sindicais, de trabalhadores e de partidos de esquerda. Acho que essas denúncias têm até me dado oportunidade de falar mais com essas pessoas e, à medida que essas pessoas vão percebendo que tudo isso é uma armação, vão ficando do meu lado”, disse o parlamentar.Nas investigações feitas a partir da Operação Santa Tereza, a Polícia Federal também suspeita que a Meu Guri, uma organização não-governamental (ONG), presidida pela esposa de Paulinho, Elza de Fátima Costa Pereira, tenha sido beneficiada com dinheiro retirado de empréstimos irregulares no BNDES.