Ministro do Planejamento garante que governo não vai ceder aos auditores

28/05/2008 - 19h47

Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, garantiu hoje (28) que, "de maneira nenhuma" o governo vai atender à reivindicação dos auditores fiscais, que exigem reajuste salarial para R$ 19.600,00 a partir de 2009, sob pena de reiniciarem a greve que durou 54 dias no início deste ano. Segundo o ministro, caso os auditores voltem a cruzar os braços, o governo não só descontará os dias parados como poderá dar poderes aos analistas do setor para exercerem as funções dos grevistas, o que depende apenas de estudos do Ministério da Fazenda.Paulo Bernardo disse que o governo já esgotou os limites da negociação e fez as concessões possíveis aos auditores na questão salarial e agora "não temos a menor condição de fazer o que eles querem". Atualmente, o teto salarial da carreira de auditor fiscal é R$ 13.382,26, mas os servidores querem equiparação com os delegados e procuradores federais. O sindicato da categoria - Unafisco - marcou assembléia nacional para a próxima segunda-feira, quando será decidida a retomada ou não da greve.O ministro Paulo Bernardo alertou os auditores fiscais que se não houver um acordo imediato com o governo para aceitar um "pequeno reajuste" eles ficarão fora do projeto que será enbviado ao Congresso para substituir a medida provisória que concede aumento a várias categorias de servidores públicos. Isso porque, a partir de 4 de julho, a Lei Eleitoral proíbe o governo de conceder aumento ao funcionalismo público até o início de 2009 devido às eleições municipais de outubro deste ano. "Caso não aceitem o que propusemos, eles não receberão aumento nenhum e vamos economizar esse dinheiro", advertiu o ministro do Planejamento. Paulo Bernardo  falou aos jornalistas após participar da sessão de encerramento do Congresso Consad de Gestão Pública, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O evento começou no dia 26 e foi promovido em parceria pelo Ministério do Planejamento e o Consad (Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração). Na ocasião, foi divulgada a "Carta de Brasília", com propostas para um pacto destinado a melhorar a gestão pública. Entre elas, a de submeter essa idéia à sociedade e articular uma frente parlamentar nesse sentido.Assinado pelo ministro Paulo Bernardo e o presidente do Consad, Paulo César Medeiros, o documento declara que é fundamental investir na melhoria da gestão pública e dar visibilidade ao tema, de forma a incluí-lo nas agendas dos governos, mostrando sua importância para que o Estado tenha condições efetivas de propiciar as respostas que a sociedade demanda. E conclui: "O desafio de modernizar a gestão é de todos os três níveis de governo, de todos os poderes e também da sociedade, em particular dos seus setores organizados."