Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro interinodo Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, IvanRamalho, admitiu hoje (28) que a meta de US$ 180 bilhões paraas exportações este ano poderá ser revista paracima. Ao destacar que o crescimento das exportações noacumulado de janeiro a maio já é de 20%, superando ameta de aumento para o ano, de 12%, Ramalho disse “que apossibilidade até existe”.Segundo Ramalho, o ministério vai aguardaro fim do semestre para uma análise mais detalhada. Eledestacou, entretanto, que, em anos anteriores, “a meta, sempre quefoi revista, foi revista para mais e que, neste ano, o crescimentoestá superior ao previsto na própria meta”. Ocrescimento das exportações brasileiras ésuperior ao do comércio mundial, que deverá alcançarem torno de 15% em 2008, conforme estimativas de organismosinternacionais, acrescentou.Ramalho lembrou que muitas análises feitasnos últimos dias, com manifestações depreocupação referentes a déficit em transaçõescorrentes no balanço de pagamentos, consideravam resultados dabalança comercial de março e abril, que foramprejudicados pela paralisação dos fiscais da Receita.Federal. “Em maio, isso já não acontece. Em maio, játemos uma retomada das exportações, ou seja, daregularização dos embarques, dos registros, que mostraque as exportações brasileiras este ano estãocrescendo 20%.”A meta de US$ 180 bilhões significa aumentode 12% para as exportações. “O crescimento, atéagora, incluindo o mês de maio, é de 20%. Portanto, ocrescimento das exportações brasileiras neste ano estábastante superior à nossa própria meta oficial de 12%,que vai levar a US$ 180 bilhões.”No acumulado janeiro a maio, as exportaçõessomaram US$ 67,599 bilhões, com elevação de20,2% sobre o mesmo período de 2007. As importaçõessubiram 48,7%, alcançando US$ 60,059 bilhões. Jáo saldo comercial caiu 52,3%, totalizando nos primeiros cinco mesesdo ano US$ 7,540 bilhões. “A redução do saldoexiste, sim, em função do grande crescimento dasimportações. Ou seja, a importação esteano está crescendo bem mais, em torno de 40%.”Para Ramalho, não há razãopara preocupações. Ele disse que, como em anosanteriores, a importação brasileira continuaconcentrada na atividade industrial, o que significa que grande partedo crescimento deste ano está diretamente vinculada ao aumentoda própria produção da indústria. "Sejaatravés da importação de insumos, componentes oumatérias-primas, ou mesmo com uma parcela bastante grande deimportações de máquinas e equipamentos",explicou o ministro. "As empresas estão comprando máquinas,modernizando seu parque industrial e tornando-se mais competitivas. Eisso vai ajudar também no crescimento das exportaçõesno futuro.” O ministro disse que a qualidade das importaçõesé muito boa e está vinculada à produçãoe ao aumento de investimentos na compra de máquinas eequipamentos. A importação de bens intermediáriosrepresentou 49,7% do total da pauta entre janeiro e abril deste ano.Bens de capital tiveram participação de 21,2% epetróleo e combustíveis de 16,6%, contra apenas 13% debens de consumo. No caso das exportações, osprincipais setores identificados pelo ministério entre janeiroe abril deste ano foram materiais de transporte, com participaçãode 14,5% do total, produtos metalúrgicos (10,7%), petróleoe combustíveis (8,7%) e carnes (7,9%).Ramalho atribuiu o crescimento das exportaçõesao processo amplo de diversificação de mercados e deprodutos. Os Estados Unidos, principal parceiro comercial do Brasil,têm participação de 14,4% no total da pautaexportada, contra 25% da União Européia, 23,2% dospaíses da Associação Latino-Americana deIntegração (Aladi) e 16,2% da Ásia, por exemplo.Para ele, as novas medidas de apoio àsexportações anunciadas pelo governo federal vãomanter o ritmo de crescimento do setor “e até mesmoampliá-lo”. O objetivo é chegar até 2010 comexportações em torno de US$ 210 bilhões, “como Brasil ganhando algumas posições, dentre os maioresexportadores mundiais”, informou.No acumulado de 12 meses, compreendido entre junhode 2007 e a quarta semana de maio deste ano, inclusive, o total deexportações brasileiras atingiu US$ 170,288 bilhões,com expansão de 16,4% sobre o período anterior. Asimportações subiram 40,3%, somando US$ 139,02 bilhões.A corrente de comércio alcançou o valor de US$ 309,307bilhões, com incremento de 26,1%.