Brasileiras pobres são expostas à violência de criminosos e da polícia

28/05/2008 - 8h41

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Apesar dos avanços verificados no Brasil no combate à violência contra a mulher, como a criação da Lei Maria da Penha, em 2006, e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, a situação da população feminina no país é precária. A afirmação é do pesquisador da Anistia Internacional sobre temas relacionados ao Brasil, Tim Cahill.Segundo ele, o maior problema nesse campo é que, com a ausência de proteção do Estado nas comunidades carentes, as mulheres que vivem nesses locais estão sendo expostas à violência tanto de criminosos quanto da polícia. A organização divulgou hoje (28), em Londres, seu relatório anual que acompanha o  cumprimento dos direitos humanos em todo o mundo."Nos preocupa a maneira como a política de segurança pública está impactando a vida das mulheres sem que alguém identifique esse problema. Elas estão sendo vítimas de balas perdidas em operações policiais, deixam de acessar a Justiça porque seus maridos, filhos e irmãos morrem durante essas operações, sofrem com a falta de acesso à saúde, educaçãoe outros serviços sociais porque vivem em comunidades dominadas por criminosos onde o Estado não está entrando. É uma situação precária apesar dos avanços", avaliou.O relatório destaca ainda as dificuldades por que passam as mulheres que estão entre a população carcerária. Embora representem uma parcela pequena, "suas necessidades têm sido constantemente negligenciadas". Elas são, conforme o texto divulgado, vítimas de tortura, espancamentos e abuso sexual em delegacias de polícia e em celas prisionais.De uma forma geral, o documento aponta como principais problemas verificados nas prisões (masculinas e femininas) "superlotação extrema, condições sanitárias precárias, violência entre gangues e motins", além de maus-tratos e tortura.