Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (12) que pretende estipular o pagamento de diárias no governo federal para "acabar com a sacanagem"."Estou vendo aqui o companheiro Mariano Palma, companheiro do Conselho Fiscal, que brigava tanto para as notas do sindicato estarem em dia. Brigava tanto que me obrigou a instituir a diária no sindicato. Coisa que eu quero fazer no governo federal para acabar logo com a sacanagem", disse no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), durante comemoração dos 30 anos da greve da montadora Scania.O governo estuda implantar diárias para os ministros em viagens, a fim de substituir os cartões corporativos. Em março deste ano, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que as diárias podem ficar entre R$ 400 e R$ 450.No evento, Lula também comparou as greves de trabalhadores realizadas hoje às da época da ditadura militar. “Hoje é muito fácil a gente discutir isso. Mas naquela época era um tempo muito nervoso”, disse, recordando a repressão policial e a dificuldade de fechar acordos com os patrões. E ressaltando que hoje os sindicalistas são recebidos dentro da empresa para negociar.Iniciada em 1978, a greve dos trabalhadores da Scania foi a primeira realizada após dez anos da promulgação do AI-5, que suspendeu a possibilidade de qualquer reunião de cunho político e recrudesceu a censura, entre outras medidas que deram poderes absolutos ao regime militar. Saiba mais.Para o presidente, a realidade dos sindicalistas do ABC paulista não é a mesma de sindicalistas de outros estados. “Quando chego na empresa e vejo aquele jornaliznho transitar na linha de montagem, vejo a comissão da fábrica com poder de resolver os problemas internos. Isso são conquistas históricas que o Brasil inteiro ainda não teve”, disse.