Petterson Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, disse hoje (12), em São Paulo, que, da maneira como é apresentada a contabilidade da Previdência, isso gera confusão. Para o ministro, para fazer essa análise, deveria ser separarado o regime geral urbano, que são os contribuintes, receitas e despesas, e os não contribuintes, além da fonte de custeio da Seguridade Social.“Nós também temos as isenções concedidas da contribuição patronal da Previdência Social, seja para as instituições de Filantropia, seja para o agronegócio no sentido da exportação, seja para as empresas que estão enquadradas no Super Simples. A Previdência precisa disso. Aliás, ela recebe, na prática, essa compensação na medida que nunca [o beneficiário] ficou sem receber sua aposentadoria, por conta do eventual déficit anunciado como, por exemplo, ocorreu no exercício de 2006, quando esse déficit chegou a R$ 44 bilhões", disse o ministro.Luiz Marinho, que participou da abertura da Conferência Internacional Brasil/Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre Previdência Privada na América Latina, disse também que o déficit real passa a ser outro, se as informações forem separadas. “As fontes de custeio vêm da Seguridade, mas se você segregar essas informações contábeis e considerar somente o que viria do regime geral urbano, de despesas e receitas, nós teríamos tido um déficit real do regime geral urbano, em 2006, de R$ 3,8 bilhões, de R$ 700 milhões em 2007 e em 2008 certamente nós ficaríamos no azul”, disse o ministro.Marinho comentou também a importância da obtenção pelo país do grau de investimento. Segundo ele, esse fato “aumentou a confiança dos investidores, em especial os investidores internacionais, para investir no Brasil e o impacto que se pode ter na Previdência em geral. Podemos projetar certamente a conquista de mais pessoas, que cria condições de ir além da Previdência Pública, que é a básica, para planejar previdências complementares, que vêm crescendo no país”.Em sua apresentação durante a Conferência, que vai até amanhã (13), Marinho informou que o regime geral da Previdência Social brasileira tem 25,38 milhões de beneficiários, sendo que 536 mil estão entre 90 e 108 anos de idade,1,6 mil estão com mais de 108 anos, e oito beneficiários têm entre 120 e 128 anos de idade.