Da Agência Brasil
Brasília - A ImprensaNacional completa 200 anos nesta terça-feira (13). Hoje (12), o diretor-geral da instituição, FernandoTolentino de Souza Vieira, realizou a abertura oficialda semana comemorativa da data, que inclui a realização de palestras e o lançamento de livros sobre os 200 anos da chegada da Família Real portuguesa ao Brasil e de uma edição fac-simile da primeira edição, de 1881, do romance "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis.
“A Imprensa Nacional tem umaimportância, do ponto de vista do papel que ela cumpre hoje, porque é o órgãoque oficializa os atos governamentais e, com isso, permite a transparência dogoverno e a construção da cidadania. Nenhum ato, seja do PoderExecutivo, Legislativo ou Judiciário se torna oficial, se não for publicado noDiário Oficial. Por outro lado, tem uma importância histórica, porque ao surgir, há 200 anos, ela permitiu não só que se criasse, na prática, a indústria no Brasil,como permitiu também que quase 300 anos depois do México tivéssemos livros ejornais no Brasil”, disse Fernando Tolentino.
Após a cerimônia de abertura da semana comemorativa foi realizada aconferência “Imprensa Nacional: independência intelectual do Brasil”,ministrada pelo professor emérito da Universidade de Brasília e da Universidadede Erlangen-Nuremberg, Alemanha, Vamireh Chacon.
O professor Vamireh Chacondestacou durante a conferência o papel da imprensa no Brasil e suasdificuldades. Lembrou um pouco da história de Gutemberg – o pai da imprensa. “A criação do que hoje se denomina ImprensaNacional se insere, no sentido que vem de Gutenberg, de libertação dosespíritos, liberação das mentalidades, ao contribuir, mais que qualquer outraação, ao diálogo e até mesmo à polêmica de idéias e interesses, aspirações eprojetos nacionais brasileiros, em crescente articulação com os de outros povose nações”, disse o professor.
O editor Victor Alegria, daThesaurus Editora, relançou o livro “Conde de Linhares”, publicado originalmenteem 1908, pelo Conde de Funchal, e fez opré-lançamento da primeira edição fac-simile de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.
De acordo com Victor, “um Paísque não olha para sua história, mais cedo ou mais tarde está sujeito a grandesdivisões”. Ele ressaltou que a comemoração dos 200 anos da Imprensa Nacionalmarca o nascimento da indústria gráfica brasileira.
Aautora do livro "Carlota Joaquina - Cartas Inéditas", Francisca Azevedo, tambémesteve presente à abertura oficial e destacou a importância da criação da imprensapara o desenvolvimento da sociedade brasileira. “Umadas coisas mais importantes feitas por Dom João foi a criação da imprensa, porquê não sócriousse o jornal a Gazeta do Rio de Janeiro, mas também a publicação delivros, inclusive muitos clássicos que vieram da Europa”, disse FranciscaAzevedo.
As comemorações dos 200anos da Imprensa Nacional vão desde o lançamento de livros e selo comemorativodos Correios até conferências, inauguração de uma praça com o busto de Dom JoãoVI, ato ecumênico, extração da Loteria Federal e sessões solenes daAssembléia Legislativa do Rio de Janeiro e da Câmara Distrital do Distrito Federal.