Falta de álcool afeta seis estados e o Distrito Federal, segundo a Fecombustíveis

12/05/2008 - 19h26

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pelo menos seis estadoe o Distrito Federal estão enfrentando problemas dedesabastecimento de álcool, tanto o hidratado como o anidro,que é adicionado à gasolina. A informaçãoé da Federação Nacional do Comércio deCombustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), queafirma que o desabastecimento está afetando a comercializaçãode álcool e de gasolina em algumas regiões.Segundoa entidade, os estados afetados são Minas Gerais, Paraná,Amazonas, Pará, Goiás, o interior de São Paulo eo Distrito Federal. “Alguns postos,inclusive, foram obrigados a fechar, em meio à falta de álcoolhidratado e de gasolina”, diz a entidade em nota àimprensa.O presidente do Sindicato do Comércio Varejistade Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo(Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, culpa a falta deestoques nas distribuidoras pela escassez de álcool nospostos. “Houve essa faltaporque não tem estoques, e sem estoque a reaçãoé muito rápida. Quando o estoque está baixo comoagora, que estamos saindo da entressafra, pode acontecer umadificuldade de abastecimento”, explicou.Ele garantiu no entantoque a situação já está sendo normalizadae que não existe risco de desabastecimento. “O que existe éum desconforto do consumidor, que pode chegar a um posto e nãoter álcool, ele vai ter que procurar outro que tenha”,disse.Já a Petrobras Distribuidora disse que a chuvadificultou a moagem de cana-de-açúcar e prejudicou aprodução do álcool nas usinas. “Dessa maneira,as usinas não puderam entregar o produto conforme previamentecontratado”, disse a empresa também em nota.A PetrobrasDistribuidora garantiu hoje (12) a entrega de 1,8 milhão delitros nos terminais de São Paulo, Barueri e Guarulhos para oabastecimento dos postos da Grande São Paulo e de 800 millitros de álcool hidratado para o abastecimento dos postos deBelo Horizonte, que corresponde ao dobro da demanda local diária,segundo a empresa. No caso de São Paulo, a BR diz que o volumesignifica um incremento de 12,5% em relação ao que éconsumido por dia.Para o presidente do Sindicato da Indústriado Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (Siamig),Luiz Custódio Cotta Martins, a chuva é uma “desculpaque a Petrobras deu”. “Com a chuva,diminuiu a produção, mas tínhamos estoques”,argumentou. Segundo ele não há escassez de álcool,mas sim falta de logística das distribuidoras. “Hoje temos umestoque de mais de 800 milhões de litros e a produçãodiária ultrapassa o consumo diário e dá paraabastecer o mercado nos próximos 15 dias”, disse.Emnota, o Siamig diz também que são infundadas asinformações de dificuldade de retirada do produto dasusinas. “As áreas de tancagem são asfaltadas e nãoimpedem que a distribuidora se abasteça do produto”,afirmou.A União da Indústria da Cana-de Açúcar(Unica) também disse que não há falta de álcoolnem qualquer comprometimento do abastecimento. “As dificuldadespara produção que ocorreram no início da safra2008/09, essencialmente causadas pelo excesso de chuvas, jáforam superadas e a produção segue seu ritmo normal”,afirmou a entidade, em nota.Segundo a Unica, eventuais problemasde abastecimento em postos específicos podem estar sendoprovocados por causa da prática de algumas distribuidoras denão manter estoques operacionais mínimos compatíveiscom o crescimento da demanda. “Os estoques nasdistribuidoras chegaram a estar abaixo do normal no iníciodesta semana, mas em nenhum momento baixaram a ponto de comprometer oabastecimento ou o fornecimento aos postos”, diz a nota da Unica.