Da Agência Brasil
Brasília - O transporte fluvial na Amazônia brasileira necessita de estrutura mais adequada para garantir melhor qualidade e segurança aos passageiros. A avaliação é do diretor da Faculdade de Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e coordenador do projeto Transporte Hidroviárioe Construção Naval na Amazônia (THECNA), Waltair Machado.Para ele, o formato das embarcações e o procedimento de condução é inadequado para os dias atuais. Segundo Machado, a falta de condições financeirasdos donos das embarcações é outro fator que dificulta a construçãode barcos seguros para o tráfego fluvial. “O mais adequado seria [a construção de] embarcações de açoporque elas têm uma resistência maior a colisões, mas normalmente uma embarcação de aço tem umcusto de aquisição mais elevado do que o de madeira”,diz o especialista que está finalizando um estudo sobre a segurança do transporte fluvial na região.Machado afirma que umalegislação mais severa melhoraria as condiçõesde fiscalização das embarcações. “Alegislação do trânsito de passageiros e de cargas na Amazônia é uma verdadeira salada. O setor é regulado mas é uma regulamentaçãofalha, uma regulamentação que restringe determinadasações que ignora determinadas outras situações,conflitante na maioria dos casos.” Ele defende maior articulação entre os governos. “Acho possível que oMinistério dos Transportes na sua área específicada navegação se assente com o governador ou com os assessores do governo para regulamentar a situação.É um problema que requer recursos não tãovultosos, no sentido de fazer uma campanha deconscientização em relação à segurança,porque, do contrário, vamos ficar vendo lamentavelmente essesacidentes acontecendo de forma muito freqüente e obviamenteindesejável.”Desde o ínicio no ano, mais de 50 pessoas jámorreram em acidentes com barcos na Amazônia. No último final de semana, onaufrágio do barco Comandante Sales, no Rio Solimões,altura do município de Manacapuru, a 84 quilômetros deManaus, deixou pelo menos 39 pessoas mortas.