Priscilla Mazenotti e Sabrina Craide
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A ministra-chefe daCasa Civil, Dilma Rousseff, voltou a negar a existência de um dossiêcom informações de gastos presidenciais da gestãode Fernando Henrique Cardoso. Ela disse à Comissãode Infra-Estrutura que foi feito apenas um banco dedados e que o Senado já estava informado sobre o assunto.Segundo ela, em 2005, osenador Arthur Virgílio (PSDB-AM), pediu informaçõessobre gastos de alguns ministros com contas tipo B (sistema usadoantes de os cartões corporativos serem adotados) e que obtevecomo resposta da Casa Civil que os dados estavam sendo levantados. "ACasa Civil respondeu ao senador que a Presidência daRepública aderiu ao cartão só em 2002 e que nãohavia gasto com suprimento de fundo com cartão, e que osgastos estavam sendo objeto de um banco de dados e como o bancoestava sendo feito", disse.Ela explicou que antesdo Controle de Suprimentos de Fundos da Presidência (Suprim),criado para melhorar a prestação de contas, os relatosdos gastos se misturavam. "Antes do Suprim, havia um onerosolevantamento de dados no processo de prestação decontas, porque os dados não tinham a separaçãodas despesas por quem fez. Os dados vinham todos misturados, umamesma pessoa pagava os gastos de ministro, de hospedagem etransporte, de material de escritório e dos gastos dapresidência, que eram sigilosos" .Segundo a ministra, o banco de dados foi feito apartir de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) que, em2004, constatou a existência de "uma organizaçãoprecária dos dados". " O sistema contém umespelhamento dos documentos fiscais que permitem que os pagamentosrealizados pelos portadores dos cartões sejam objeto de análisee de auditoria."Dilma Rousseff, noentanto, disse que o vazamento de dados precisa ser apurado eque, além da sindicância aberta, a PolíciaFederal também cuida do assunto. "Foram vazadasinformações da Casa Civil e isso está sobinvestigação. Não há dossiê. Hábanco de dados e banco de dados não tem nada de mais",disse. "O processo de vazamento não se compadece com ademocracia brasileira, se compadece com a ditadura", completou."Não fiqueiconvencido e tenho certeza de que a sociedade também nãoficou", respondeu o senador Mário Couto (PSDB-PA), autordo requerimento de convocação de Dilma Rousseff parafalar sobre o suposto dossiê.