Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Cerca de 200militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)estão acampados em frente ao prédio do InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária(Incra) na capital paranaense. Segundo Claudelei Lima, da coordenaçãodo movimento, os trabalhadores vieram do Assentamento Celso Furtado,em Quedas do Iguaçu, região central do estado, epretendem passar a noite no local. “Durante o dia, jáapresentamos nossa pauta para a direção [do Incra]cobrando solução para antigas promessas de estruturaçãodo assentamento. Para amanhã [6], nova reuniãojá está agendada. Por enquanto não houveavanços”, disse Lima. Os assentados exigem do Instituto Ambiental doParaná (IAP) a licença ambiental do assentamento paraexecução imediata do plano de manejo acordado entre oIncra e Ministério Público Federal. Sem o plano demanejo, muitas famílias com lotes em área dereflorestamento de pínus estão impossibilitadas deproduzir alimentos para o próprio consumo. Os trabalhadores também pedem urgênciana aquisição de áreas para assentar as famíliasexcedentes do Assentamento Celso Furtado, além do assentamentoimediato dos que estão acampados nas fazendas Rio Grande, nomunicípio de Quedas do Iguaçu, e Solidor, em EspigãoAlto do Iguaçu.De acordo com Lima, desde a semanapassada, cerca de mil assentados estão acampados em frente àprefeitura de Quedas do Iguaçu, exigindo autorizaçãodo IAP para iniciar a recuperação e abertura deestradas no assentamento. “A má qualidade das estradas temdificultado o transporte das crianças para a escola”,afirmou o coordenador do MST.Outra questão urgente,segundo ele, é a instalação da rede de energiaelétrica, no assentamento. "O serviço jáfoi autorizado pela Copel [Companhia Paranaense de Energia],mas o IAP ainda não autorizou a passagem da rede nas áreasde mata.” De acordo com a assessoria do Incra, o processo delicenciamento ambiental é demorado e o do Assentamento CelsoFurtado, onde vivem 973 famílias, está na fase dos“trâmites”. Em algumas áreas onde o IAP autorizou, oIncra já deu início à implantaçãode programas de infra-estrutura. No entanto, para instalaçãoda energia elétrica, é necessária a Licençade Instalação e Operação (LIO) da área,fornecida pela IAP, e da maioria o Incra só tem uma licençaprovisória, fornecida enquanto a área évistoriada. De acordo com a assessoria do Incra, asuperintendente regional da instituição, CláudiaSonda, discutiu o assunto no final da tarde com técnicos doIAP e deve voltar a se reunir amanhã (6) com integrantes doMST.