Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Companhia Docas do Rio de Janeiro anunciou, hoje (5), que assinou o primeiro contrato de execução de obras no setor portuário brasileiro, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O contrato foi assinado na última sexta-feira (2) e prevê investimentos de R$ 64,014 milhões para a dragagem de 4,52 milhões de metros quadrados no Porto de Itaguaí. A obra será executada pela empresa nacional Ster Engenharia, vencedora da licitação, no prazo de 13 meses.
As obras começarão em um mês, depois que chegar a draga, que vem da Bélgica. Foi o que esclareceu o presidente das Docas, Jorge Mello. A licitação para a dragagem do Porto de Itaguaí foi a última realizada pelo modelo por volume de retirada de material.
A partir de agora, as demais concorrências seguirão o modelo por resultado, o que permitirá a participação de empresas internacionais diretamente no processo. A expectativa é que esse modelo resulte em menor preço e mais rapidez na dragagem.
Jorge Mello informou que, com a dragagem, o Porto de Itaguaí passará ter profundidade de 20 metros, contra os atuais 17,5 metros. Ele disse que, para facilitar a movimentação das embarcações, a companhia está estabelecendo áreas de fundeio no porto para encurtar a distância.
“Essas áreas de fundeio são para dar uma mobilidade maior aos navios e uma redução de tempo de transposição desse canal de navegação, que hoje é de seis horas em média”, disse o presidente das Docas. O estabelecimento dessas áreas, que Mello comparou a um “estacionamento de navio”, reduzirá o tempo de transposição a um terço.
O Porto de Itaguaí tem, atualmente, dois terminais de granéis sólidos que operam com carvão, minério e coque, e um terminal de granéis líquidos.
A segunda fase das obras de dragagem do Porto de Itaguaí ainda não tem licença prévia ambiental pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), o que deve ocorrer, na previsão de Jorge Mello, em agosto.
A licitaçãopara esta fase deve ser feita ainda este ano e será conduzida pela Secretaria Especial dePortos da Presidência da República. O anúncio do vencedor é esperadopara sair entre janeiro e fevereiro de 2009. A conclusão das obras tem previsãopara 2010 e estima-se que sejam investidos R$ 86 milhões.
A segunda fase da dragagem do Porto de Itaguaí vai regularizar a extensão do canal das Docas para a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). A empresa tem cais próprio mas, para chegar ao seu porto, precisa passar pelo canal do Porto de Itaguaí. “Será uma extensão do nosso canal para chegar no porto da CSA”, observou o presidentere da companhia.
No ano passado, Itaguaí movimentou 40 milhões de toneladas de carga. E, segundo Jorge Mello, a perspectiva é que o volume seja ampliado para 60 milhões de toneladas, com as obras de dragagem e ainda com a entrada da movimentação do minério exportado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A movimentação de contêineres, por exemplo, deve aumentar em 50%.
O presidente das Docas enfatizou que, para elevar a atual participação brasileira de 1% no comércio mundial, para 1,5% desse cenário, o governo está investindo para eliminar impecilhos existentes. “Os investimentos estão sendo feitos para viabilizar o crescimento do país”, disse.
