CUT defende redução de jornada e pede mais empenho no combate à informalidade

01/05/2008 - 13h16

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Satisfeita com o que considera processo de“retomada do sindicalismo combativo”, a direção daCentral Única dos Trabalhadores (CUT) celebra o dia 1º deMaio com eventos musicais em todo o país, mas também emdefesa da redução da jornada de trabalho e da ampliaçãodo trabalho formal.“Ainda temos muito o que avançarno combate à informalidade, que ainda atinge quase metade dapopulação economicamente ativa no Brasil e desafia aárea sindical e o governo a tomar decisões”, afirmouhoje (1º) o presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva, ementrevista ao programa Revista Brasil, da RádioNacional.Outra bandeira dos sindicalistas na datacomemorativa ao Dia do Trabalho é a ratificaçãodas Convenções 151 e 158 da OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT). A primeira assegura o direito denegociação coletiva aos servidores públicos, e asegunda proíbe as empresas de demitirem funcionáriossem justa causa.Silva avisou que o movimento nãoaceitará propostas de reforma trabalhista que prevejamflexibilização ou retirada de direitos dostrabalhadores. Sobretudo em razão da atual conjunturaeconômica e política. “Os empresários e aindústria também estão ganhado muito dinheiro eé um momento favorável para ampliar conquistas [dostrabalhadores] e não flexibilizar direitos.”O dirigente da CUT considera necessária areforma sindical para garantir uma representaçãoqualificada para todos os trabalhadores. “No Brasil, ainda temmuito sindicato de gaveta, fantasma, que não representaninguém e só existe para cobrar taxa de trabalhadores,e não para representá-los. Esse sindicalismo a genteespera que acabe num curto espaço de tempo”, afirmou.“Defendemos um sindicalismo representativo, commuita organização na base. Que os trabalhadores sejamrepresentados por um sindicato que esteja presente no seu dia-a dia,que não só discuta questões salarias, mas tambémas mudanças que queremos fazer na sociedade”, acrescentouSilva.O líder sindical destacou como principaisconquistas do movimento nos últimos anos o aumento da geraçãode emprego com carteira assinada, a obtenção deaumentos salariais acima da inflação em 92% dos acordosintermediados pela CUT, a política de valorizaçãodo salário mínimo e a correção da tabelado Imposto de Renda.