Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje(29) que a inflação poderia ser mais baixa se nãohouvesse fatores como a pressão do preço de produtoscomo feijão, leite e derivados. Mantega fez os cálculoslevando em consideração a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2008, que é de 4,7%.
"Tirando o feijão, ofeijãozinho que todo mundo come, nós teríamosuma inflação de 4,4%. Se tirássemos leite ederivados, diminuiria mais 0,3 [ponto percentual]",disse.
Segundo o ministro, a inflaçãoestá "controlada e perfeitamente bem comportada”. Deacordo com Mantega, os demais países emergentes têm inflaçãobem acima dos índices registrados no Brasil. Ele lembrou que aelevação no preço dos produtos é umfenômeno que está ocorrendo em todos os cantos do mundoatualmente.
O ministro reuniu-se comlíderes de partidos para tratar da reforma tributária.Ele voltou a criticar quem deixou de acreditar que o Brasil poderiacrescer sustentavelmente acima de 3,5%. "Nós estamosprovando o contrário: superávit de um crescimentorobusto, embora hoje estejamos observando um aumento dastaxas de inflação. De fato, a inflaçãoestá subindo. Subiu a previsão do IPCA para 2008, de4,7%”.
A informação foi obtida do áudio da TV Brasil, já que a reunião da qual Mantega participava era fechada para a imprensa, com abertura somente para imagens. Consultada, a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda não viu nenhum inconveniente na divulgação.
Ao deixar o encontro, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) confirmou as afirmações de Mantega e disse que a pressão dos alimentos na inflação é ditada por fatores externos ao país, como a demanda por alguns grandes países que estão "incorporando às pessoas ao direito de comer", como a China e a Índia, e por algum choque de oferta em alguns lugares.