Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A redução da maioridade penal é uma das discussões levantadas pelos delegados da 1ª Conferência Nacional da Juventude. É quase unanimidade entre os 2 mil jovens de todo país que participam do evento a posição contrária à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. O posicionamento contra a mudança é uma das cerca de 130 propostas pré-aprovadas nos debates de ontem. Hoje (29) os delegados irão fazer uma nova seleção, da qual sairão 69 prioridades. Dessas, as 21 mais votadas servirão de base para as políticas públicas da juventude. A delegação do Paraná é uma das mais engajadas na defesa da manutenção da maioridade penal em 18 anos. Eles elaboraram um manifesto contra a redução e, segundo Volnei Bastian, da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude, já recolheram cerca de 500 assinaturas.“Se houver a redução, eles [adolescentes com idade entre 16 e 18 anos] vão para a cadeia virar futuros marginais, em um centro de socioeducação ele vai tentar ser reintegrado", pondera. "No Paraná, a gente investiu bastante em novos centros de socioeducação com psicólogos, professores, terapia educacional e estamos conseguindo ajudar muitos meninos”, destaca. Para Bastian, quem defende a redução da maioridade penal não conhece a realidade dos jovens infratores. “Não sabe a realidade dos pais deles, se é que ele tem pai e mãe. Muitas vezes o pai dele é o traficante.” A representante de Sergipe Lívia Santos, de 18 anos, foi uma das delegadas que assinaram o manifesto. “O jovem de classe baixa, que será o mais atingido pela redução, já é privado de tudo. A redução não resolve, tem que elaborar políticas públicas que insiram esse jovem, a redução é uma medida totalmente burocrática e ditatorial”, critica a jovem, que veio do município de de Simão Dias. Jardel Martinez, de 26 anos, também acredita que o foco deve ser a prevenção da violência. “A gente não tem que se preocupar em prender o menor, mas em fazer ações sociais para que ele não cometa os atos ilegais. O foco principal deve ser a prevenção e não a punição”, defende.