BNDES explica que mudança no financiamento visou a maior concorrência no leilão de Jirau

29/04/2008 - 19h14

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O diretor das áreas de Infra-Estrutura e Insumos Básicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Wagner Bittencourt, disse hoje (29) que as mudanças introduzidas pela instituição nas condições de financiamento ao vencedor do leilão da Usina Hidrelétrica de Jirau têm por objetivo ampliar a competição, o que poderá propiciar uma tarifa mais adequada, além de garantir a prudência bancária.

As novas regras foram divulgadas ontem (28) e incluem a opção pela adoção do sistema Price, com prestações constantes, em vez do sistema SAC, com prestações variáveis, na amortização do financiamento. O leilão, marcado inicialmente para 12 de maio, foi adiado para o dia 19.

“Nos primeiros anos, os projetos vão precisar de algum tipo de estrutura de financiamento para que seus índices de cobertura sejam atendidos”, afirmou Bittencourt. Ele esclareceu que a mudança das regras é discutida desde a realização do leilão da usina de Santo Antonio, em dezembro passado. Como a de Jirau, esta usina também está localizada no Rio Madeira (RO).

"Não houve intenção de beneficiar o consórcio formado por Furnas e Odebrecht, vencedor do leilão de Santo Antonio", acrescentou. Para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, havia interesse do banco em aumentar as chances de concorrência e tornar as condições mais atrativas. Ele estimou que os desembolsos para as duas usinas deverão se concentrar em 2009 e 2010.Em relação à usina hidrelétrica de Santo Antonio, Bittencourt explicou que o financiamento para o projeto deverá ser aprovado até agosto. O consórcio vencedor ofertou um preço de R$ 78,87 por megawatt/hora, resultando em deságio de 35% face ao preço teto do leilão, que era de R$ 122,00.