Petterson Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, dissehoje (22), que o governo não tem como melhorar a propostaapresentada aos auditores fiscais, que estão em greve desde odia 18 de março. O governo ofereceu reajuste de 43,9% para servidores com salário teto e de 41,7% para os auditores com salário inicial. O aumento seria aplicado até 2010, sempre no mês de julho.“Nós temos uma posiçãoque foi apresentada a eles, que até o momentoeles não aceitaram, mas que de fato não temos comoevoluir. Não temos como avançar. Porque nós nãoestamos negociando só com os auditores, nós estamosnegociando com várias outras categorias que têm comoreferência o salário deles”, afirmou o ministro,depois de participar, em São Paulo, da abertura do 3º Congresso Brasileiro dePesquisa, realizado pela Associação Brasileira deEmpresas de Pesquisa (Abep). Bernardo disse que a expectativaé de que a greve chegue ao fim ainda neste semana, uma vez queo Judiciário está analisando a possibilidade de cortaro ponto dos grevistas. “A nossa expectativa é que, depois dadecisão do judiciário determinando o corte dos pontose, restando que nós não temos como avançar maisdo ponto de vista econômico, que nós tenhamos um acordonesta semana”, disse.Indagado se achava justo o pleito dosauditores, o ministro respondeu que não iria fazer juízode valor e que todas as categorias consideram justas suasreivindicações. “Eu tenho que fazer uma proposta queseja sustentável do ponto de vista do orçamento e,comparativamente, o que nós estamos oferecendo aos auditores émuito acima do que a qualquer outra categoria neste momento”,argumentou.O ministro lembrou que o atraso na aprovaçãodo orçamento trouxe dificuldades para o governo, emparticular, na execução de investimentos. “Vamosfazer um esforço, agora, para tirar essa diferença”,concluiu.Em assembléia nacional, realizada na últimasexta-feira (18), os auditores fiscais decidiram manter a greve erejeitar a proposta do governo. A categoria aprovou também arealização de ato público em Brasília, napróxima quinta-feira (24), às 10h00, em frente aoMinistério do Planejamento. No mesmo dia, a partir das 14h30,os auditores vão visitar o Congresso Nacional.Os auditores fiscais querem que seus vencimentos sejam equiparados com o dos delegadosfederais, o que elevaria o piso da categoria de R$ 10.155,52 para R$11.614,10 e o teto da carreira de R$ 13.382,26 para R$ 16.683,98.