Associação de exportadores prevê superávit em torno de US$ 25 bilhões no ano

11/04/2008 - 17h33

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Embora considere viável a manutenção da meta de exportações em torno de US$ 180 bilhões neste ano, como já sinalizou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, a  Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) trabalha com uma previsão menos otimista em relação à balança comercial.

O vice-presidente da Associação, José Augusto de Castro, informou hoje (11) que a previsão é de um superávit (exportações menos importações) "não superior a US$ 25 bilhões”. No ano passado, foi de US$ 40 bilhões.

Nesta semana, durante cerimônia de posse da nova diretoria da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, o ministro disse que a ampliação das exportações brasileiras para mercados fora dos Estados Unidos teria imunizado o comércio exterior do Brasil contra a recessão econômica norte-americana. E indicou que por conta da recessão – e também devido ao aumento das importações – o superávit deste ano deverá variar de US$ 30 bilhões a US$ 32 bilhões.

Para José Augusto de Castro, a melhor resposta à recessão não teria sido a menor concentração de exportações brasileiras para o mercado norte-americano. Anteriormente, cerca de 25% das vendas externas iam para os Estados Unidos. Hoje, são 15,6%, segundo o ministro.

"Não fomos nós, infelizmente, que provocamos a queda na participação dos Estados Unidos. Na realidade, nós lamentamos essa queda, porque antes exportávamos 25% de produtos manufaturados", destacou Castro, para quem o Brasil perdeu mercado para concorrentes como a China, principalmente, em função da taxa de câmbio.

Ele lembrou que a maior parte (65%) dos produtos vendidos pelo Brasil são commodities (produtos agrícolas e minerais com cotação internacional). “Enquanto o mundo estiver bem, as cotações estarão elevadas e nós estaremos gerando receita em valor elevado. Mas se amanhã essas cotações caírem, as exportações brasileiras também cairão", comentou. E apontou que o país precisa diversificar mais as vendas de produtos manufaturados, mas a taxa de câmbio "não ajuda a tornar competitivos esses produtos brasileiros". No entanto, considerou "viável" que as exportações neste ano cheguem a cerca de US$ 180 bilhões. A AEB participará na quarta-feira (16), na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do 124º Encontro de Comércio Exterior (Encomex), que deverá reunir em torno de mil empresários e especialistas.