Variações da economia mundial trazem risco de inflação global, avalia Copom

13/03/2008 - 11h36

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo no contexto de umadesaceleração moderada da economia mundial neste ano e da maiorvolatilidade (variação para cima ou para baixo) que vem caracterizando os mercados globais desde meados de2007, o balanço de pagamentos (todas as transações do Brasil com oexterior) não deve apresentar risco iminente para o cenárioinflacionário."Por outro lado, há sinais de que pressõesinflacionárias relevantes tanto em economias maduras quanto nasemergentes, estariam se intensificando, evidenciando a presença deriscos inflacionários em escala global".A avaliação está contida na ata da última reunião do Comitê de Polítrica Monetária (Copom), divulgado hoje (13) pelo Banco Central. No documento o colegiado reitera que ainflação brasileira, em "um cenário alternativo de desaceleraçãomundial mais intensa e generalizada representa fator de risco de sinalambíguo".Seguindo o Copom, a redução das exportações líquidas iria conter ademanda (procura por bens e serviços) no país, mas por outro lado, umadesaceleração mundial intensa "poderia atuar desfavoravelmente para asperspectivas de inflação por intermédio", por meio da redução daprocura por ativos brasileiros e redução dos seus preços.Depois de analisar que os riscos de retração na economia mundial, se elevaram em função da "desaceleração da economia dos EUA [Estados Unidos], as flutuações nos mercados financeiros e de capitais e os efeitos dos desdobramentos dos preços das commodities", o Copom considerou que  não se pode descartar que a atual situação econômica norte-americanavenha a gerar novas elevações da inadimplência junto às instituiçõesfinanceiras daquele país, o que leva a mais restrições à concessão decrédito e enfraquecendo da atividade econômica.O documento lembra que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, "reconhece que embora o funcionamento do mercado interbancário tenha melhorado, permanecem dificuldades evidentes em outros mercados, e as condições de crédito tornaram-se, em geral, mais restritivas".De acordo com a ata, no mundo, os índices inflacionários não demonstraram qualquer sinal de redução, que permita aos bancos centrais "mais espaço de manobra para efetuar o afrouxamento monetário necessário para enfrentar o agravamento da crise financeira e de suas repercussões sobre a economia real".A reunião do Copom foi realizada nos dias 4 e 5 deste mês,quando foi decidido pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 11,25% ao ano.