Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco AurélioMello, disse hoje (13) à Agência Brasil que foisurpreendido com a representação do Partido dosTrabalhadores (PT) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ)contra ele por causa das críticas que teria feito ao programaTerritórios da Cidadania."Não imaginava que umpartido com a tradição do PT pudesse se voltar de formaa emudecer o presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, disse oministro.MarcoAurélio Mello garante que não fez críticas aopresidente Luiz Inácio Lula da Silva, apenas reagiu aodiscurso dele. “Não fiz crítica ao presidente, emabsoluto. Quando eu reagi, reagi à acidez do discurso dopresidente. Agora, ele tem o direito de opinar sobre os assuntosimportantes da nação brasileira.”Segundo oministro, a lei é clara ao proibir a criação denovos programas em ano eleitoral. “A lei está em bomportuguês, revelando que no ano das eleições sóé possível a continuidade do programa social, masvinculada à execução orçamentáriado ano anterior. Não é possível o aumento nem acriação de novos programas com a concessãogratuita de bens”, afirma.Para ele,essa é uma tentativa de hegemonia sobre os integrantes do Judiciário. “Se eu tivesse aplaudido a doaçãode bens gratuitamente no ano eleitoral, desequilibrando o certame, eunão seria alvo de representação, seriaaplaudido”, afirma. Marco Aurélio diz que o CNJ ainda deveavaliar a adequação da representação.Sobre ascríticas do PT de que o ministro teria se manifestadoantecipadamente sobre uma matéria que poderia vir a julgar,Marco Aurélio diz que é autorizado pelo códigoeleitoral a antecipar seu ponto de vista sobre matérias.