Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, negou hoje (13) que a política industrial tenha sofrido mudanças por causa da crise nos Estados Unidos.“Essas não são medidas conjunturais, mas estruturais”, argumentou o ministro. “Estamos trabalhando com a política industrial desde o ano passado. Trabalhamos durante oito meses e ela só não foi anunciada por causa do fim da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira].”Miguel Jorge anunciou que na próxima semana, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apresentará medidas adicionais de apoio às exportações, além de mostrar o esboço final da proposta de política industrial. Ele, porém, não informou nenhuma ação específica.Segundo o ministro, a meta de US$ 180 bilhões de exportações em 2008 leva em consideração a política industrial, mas não inclui as medidas de estímulo às exportações. Ele disse que essas novas ações devem fazer efeito ainda neste ano, mas evitou estimar o quanto as vendas externas seriam impulsionadas.O aumento das exportações ajudará a conter os resultados negativos nas contas externas do país, registrados em janeiro, motivados pelo aumento das importações, pelas remessas de lucros ao exterior e pelos gastos dos brasileiros em outros países. No entanto, uma recessão nos Estados Unidos com reflexos em todo o mundo poderia afetar os planos do governo em exportar mais.Em janeiro, as contas externas registraram déficit de US$ 4,2 bilhões e o Banco Central prevê que a tendência se repetirá ao longo do ano.Na primeira semana de março, o país importou US$ 159 milhões a mais do que exportou, mas Miguel Jorge ressaltou que as exportações têm subido. “Somente neste ano, aumentamos as exportações em 20%, mas não foi o suficiente para compensar o aumento de 50% nas importações”, explicou.Segundo o Ministério do Desenvolvimento, nos dois primeiros meses do ano as exportações atingiram US$ 26,07 bilhões, 20,5% a mais em relação ao mesmo período de 2007. As importações, no entanto, totalizaram US$ 24,25 bilhões, alta de 50,7%.