CMN aperta o cerco contra desmatamento irregular na Amazônia

29/02/2008 - 14h02

Stênio Ribeiro*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho MonetárioNacional aprovou voto do Ministério do Meio Ambiente segundo oqual, a partir de agora, os bancos oficiais e particulares sópodem conceder crédito rural aos produtores da regiãoda fronteira agrícola na amazônia mediante aapresentação de documentação deregularidade ambiental e outras condicionantes exigidas comopré-requisitos para a aprovação dos projetos.A decisão,aperta o cerco aos produtores agrícolas e pecuaristas que seinstalaram na Amazônia e promovem desmatamento irregular.No final de janeiro, oMinistério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional dePesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados preliminares de umlevantamento que revelou um desmatamento na região amazônicade 3.235 quilômetros quadrados entre agosto e dezembro de 2007,o equivalente a cerca de 320 mil campos de futebol.Segundo aministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o número representauma tendência “preocupante” de aumento.“O governo nãoquer pagar para ver. Não vamos aguardar a sorte, e sim,trabalhar para fazer frente a esse processo”, disse a ministra naocasião.A maior parte dos desmatamentos detectados noperíodo se concentrou em três estados: Mato Grosso(53,7% do total desmatado), Pará (17,8%) e Rondônia(16%).Entre as causas para o aumento, Marina citou a secaprolongada e uma possível influência do avanço daprodução de soja e da pecuária nas regiões.Ela evitou responsabilizar diretamente as atividades econômicas,mas ao lembrar que a carne e a soja estão com preçosinternacionais favoráveis, afirmou: “ Não acredito emcoincidência.”Marina silva afirmou na épocaque debateria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva eoutros ministros medidas para fortalecer a fiscalizaçãonos locais considerados mais críticos. Desde então têmsido anunciadas medidas para punir os responsáveis pelasirregularidades e deter o avanço do desmatamento.