Prisão de traficante mostra integração entre Rio e governo federal, afirma secretário

24/02/2008 - 13h10

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, destacou a importância de uma parceria entre os órgãos de segurança estaduais e federais no combate ao crime organizado. Na manhã de ontem (23), policiais civis e federais prenderam, em uma ação conjunta em Aracaju, o acusado de chefiar o tráfico de drogas no Morro da Mangueira, zona norte do Rio, Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha.“Hoje [ontem] não se apresenta aqui, à comunidade fluminense e ao país, mais um traficante de expressão preso. O que se demonstra aqui é a integração que é um pilar que nós perseguimos desde janeiro do ano passado. E o que se apresenta aqui é o quanto a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança tem trabalhado juntas, no que diz respeito à inteligência e investigação policial”, afirmou Beltrame, em entrevista na noite de ontem.O Rio de Janeiro, assim como outros estados, possui um Gabinete de Gestão Integrada de segurança, que, desde janeiro do ano passado, reúne membros das polícias estaduais, de polícias e agências federais, das Forças Armadas e de órgãos municipais.“Essa luta contra a criminalidade nós não venceremos sozinhos. O que fica aqui é o exemplo de que as instituições necessitam se completar. Desde que chegamos à secretaria, temos obtido o apoio da Polícia Federal, da Marinha, da Receita Federal, da Guarda Municipal e de outras instituições públicas. É assim que nós pretendemos combater a criminalidade”, disse o secretário. Na coletiva de apresentação de Tuchinha, na noite de ontem, o superintendente da Polícia Federal no Rio, Valdinho Jacinto Caetano, também destacou a importância do trabalho conjunto entre as polícias Civil e Federal. “Essa é a forma de trabalhar. E essa sinergia que propiciou a prisão de um grande traficante do Rio de Janeiro. De uma pessoa que tem bastante importância no contexto criminoso local”, afirmou o superintendente.O Gabinete de Gestão Integrada também possibilitou a vinda de dezenas de homens da Força Nacional de Segurança para o Rio de Janeiro, para participar de ações nas estradas e favelas do estado, além de garantir a segurança dos Jogos Pan-Americanos. Recentemente, a Marinha anunciou que cederá 500 fuzis para a polícia fluminense e ajudará a reformar veículos blindados da Secretaria de Segurança.Nem todas os pedidos de apoio feitas pelo governo do Rio no combate ao crime foram aceitas pelo governo federal. No início do ano passado, o governador Sérgio Cabral pediu que as Forças Armadas patrulhassem as ruas do Rio. Na ocasião, o Ministério da Defesa informou que só poderia aceitar o pedido se o governador reconhecesse, oficialmente, a incapacidade de garantir a ordem com as forças policiais existentes. E, em janeiro deste ano, a Secretaria de Segurança também pediu o empréstimo de veículos blindados do Exército, para auxiliar na ocupação do Complexo do Alemão, zona norte do Rio. Mas, segundo Beltrame, a força negou o pedido, informando que só poderia emprestar o veículo com um militar para operá-lo. E que esse operador do veículo, por ser do Exército, não poderia participar de operações policiais, apenas de ações militares.