Daniel Mello
Da Agência Brasil
Brasília - O caso da jovem de Luziânia (GO) que diz ter sido mantida em cárcere privado e abusada sexualmente por seis anos, divulgado hoje (15), não é um incidente isolado. A avaliação é de Stella Taquette, diretora da Subsecretaria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.“Ultimamente, temos recebido numerosas denúncias de cárcere privado. E com essas denúncias nós conseguimos libertar mulheres e até salvá-las da morte, porque muitas são ameaçadas de morte”, afirmou, referindo-se às denúncias recebidas pela Central de Atendimento à Mulher.Para Stella Taquette, o caso da jovem “exterioriza a crueldade”, muitas vezes invisível da violência contra mulher. “O episódio mostra o quanto a violência contra a mulher é invisível, já que essa jovem permaneceu em cárcere privado por seis anos e isso não se tornou público”, disse. “Ou ninguém ficou sabendo ou alguém soube e não tomou nenhuma atitude.”Nos casos de violência, Taquette explica que é aplicada a Lei Maria da Penha, aprovada em 2006, que prevê punição para os agressores e medidas de proteção para a mulher e sua família.No caso da jovem de Luziânia, o agressor está preso; e a mulher, sob proteção. No entanto, informou a diretora, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres ainda não se envolveu no caso e aguarda mais dados.Taquette ressalta que a Central de Atendimento à Mulher oferece o número 180 para receber denúncias de violência contra mulheres de todo o Brasil. A ligação é gratuita.